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Wilton Júnior/Estadão
Por: Editorial | 01/05/2024 11:50
As mudanças no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no início de abril, devem ter impacto negativo sobre a produção agrícola da próxima safra em Mato Grosso do Sul. De acordo com instituições do agronegócio no Estado, o menor aporte vem contrário às expectativas do setor diante de um ciclo de desafios no campo.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu apertar as regras do Proagro com o objetivo de sanar problemas e coibir fraudes que contribuíram para a explosão de gastos com a política nos últimos anos. As mudanças entram em vigor em 1º de julho, coincidindo com o próximo ano agrícola.
Com a redução do teto custeado pelo governo (que passou de R$ 335 mil para R$ 270 mil) e do valor anual de garantia de renda mínima (de R$ 22 mil para R$ 9 mil), representantes e especialistas temem que o pagamento de financiamentos rurais fique comprometido.
“O custeio agrícola em lavouras que foram prejudicadas por eventos climáticos ou pragas e doenças, como vem ocorrendo com frequência, é o que mais pode ser penalizado”, avalia Jean Américo, analista de economia da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul).
Segundo o especialista, as condições climáticas adversas cada vez mais frequentes no meio rural – inclusive vivenciadas de forma intensa no ciclo atual da cultura de soja e ainda na segunda safra – são fatores que evidenciam a necessidade da intensificação do programa. “É uma medida fundamental para proteger a produção no campo, principalmente para os pequenos produtores”, aponta Américo.
