Atletas de 13 municípios brilham nas Paralimpíadas Escolares de MS

No último fim de semana, de 12 a 14 de julho, Campo Grande foi palco da 13ª edição das Paraesc (Paralimpíadas Escolares de Mato Grosso do Sul). Organizado pelo Governo do Estado por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) e da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), o evento reuniu jovens atletas de diversas regiões.

As Paraesc são a principal competição de esporte paralímpico em nível escolar no estado, funcionando como seletiva para a etapa nacional das Paralimpíadas Escolares, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O evento tem como objetivo fomentar e incentivar a prática do esporte paralímpico, além de ser uma vitrine para a descoberta de novos talentos.

Durante o evento, 158 estudantes-atletas, com idades entre 11 e 18 anos, competiram em modalidades individuais como atletismo, bocha, parabadminton e tênis de mesa. As provas de atletismo foram realizadas no Parque Olímpico Ayrton Senna, enquanto as competições de bocha, parabadminton e tênis de mesa ocorreram no clube de campo da AECNB (Associação Esportiva e Cultural Nipo Brasileira).

Participaram da competição escolar 13 municípios: Alcinópolis, Amambai, Aquidauana, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corumbá, Dourados, Nova Andradina, Ponta Porã, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia.

Entre os participantes, Wendy Maciel Barbosa, de 15 anos, que está em fase de diagnóstico de sua deficiência, compartilhou sua experiência: “Estou fazendo tratamentos para saber se sou autista ou tenho TDAH. Comecei a jogar tênis de mesa porque um professor me convidou, e isso mudou minha vida. O esporte é uma superação para mim, conheci novas pessoas e lugares. Participar das Paraesc pela primeira vez é uma honra”, disse Wendy.

Maria Clara Peralta, também de 15 anos, com dificuldades na coordenação motora, entrou no esporte por causa de seu irmão. “Eu jogava em um parque perto de casa até que o professor Diego Vidal me viu e me convidou para jogar tênis de mesa. Pratico há quatro anos e o esporte me ajudou muito com minha coordenação motora. Participar dos jogos é inspirador”, relatou Maria Clara.

João Pedro Ibañes, de 15 anos, tem deficiência intelectual e joga parabadminton há seis meses. “Comecei no tênis de mesa há cinco anos, e agora estou no parabadminton, que está sendo excelente para mim. O esporte me ajudou a melhorar minha concentração e foco”, contou João Pedro.

O chefe da delegação de Nova Andradina, Wagner Jorge Rodrigues, trouxe 20 atletas para competir na bocha, atletismo e tênis de mesa. “A participação das crianças com deficiência nesses jogos é de suma importância. É nossa terceira competição, e cada vez trazemos mais atletas. O esporte ajuda no desenvolvimento motor e social dos participantes, além de promover inclusão”, destacou Wagner.

Rinaldo Benevides, técnico da equipe de Corumbá, ressaltou a importância de levar os alunos para os jogos, apesar das dificuldades de distância e transporte. “O esporte é um momento de vitória e descontração. Eles demonstram mais emoções e superação durante as competições”, afirmou Rinaldo.

Jonas Everton Romão Alves, de 13 anos, atleta da bocha com paralisia cerebral, participou com o apoio de sua mãe, Gleicyane da Silva Romão. Ela destacou a importância do esporte na inclusão social do filho. “A inclusão é fundamental para eles se distraírem e não pensarem em coisas negativas. Participar dos jogos é bom para ele conhecer cidades e se envolver no esporte”, disse Gleicyane.

Ederson Marques Dolores, treinador da equipe de tênis de mesa de Dourados, valorizou a participação no paradesporto. “Temos uma delegação grande e cada dia mais motivada. O esporte melhora a vida escolar e social dos atletas”, afirmou Ederson.

Lázaro Antonio de Sena, chefe da delegação de Aquidauana, destacou o crescimento do paradesporto em seu município. “Além de ser uma competição de alto nível que dá vaga para jogos nacionais, ela promove o paradesporto no nosso município. O esporte faz com que os atletas sejam reconhecidos e levem essa experiência para suas comunidades”, concluiu Lázaro.

As Paraesc continuam sendo uma plataforma essencial para a inclusão, desenvolvimento e descoberta de jovens talentos no esporte paralímpico de Mato Grosso do Sul.(Informações Setesc)