Com mais empresas a beira da falência, risco de desemprego aumenta em MS

Apesar do bom desempenho em diversos setores econômicos, Mato Grosso do Sul registra um aumento nos pedidos de recuperação judicial, preocupando economistas. Entre janeiro e maio deste ano, houve 29 pedidos, superando os 23 de todo o ano passado, um aumento de 26,09%.

Especialistas apontam fatores como a redução do consumo, cautela dos consumidores e investidores, e dificuldades financeiras das empresas como causas desse cenário. Empresas em recuperação judicial frequentemente enfrentam problemas para pagar fornecedores, gerando um efeito dominó na economia. Isso resulta em demissões, redução de salários e impacto na concessão de crédito.

Dados da Serasa Experian mostram que até maio deste ano, nenhum pedido de recuperação judicial foi concedido, enquanto em 2023 foram 23. No ano passado, houve apenas uma falência decretada no Estado, e duas solicitações de falência, contra uma neste ano até maio.

Economistas citam inflação, altas taxas de juros e desaceleração econômica como fatores que agravam a situação. Setores dependentes de commodities estão especialmente vulneráveis. Além disso, algumas empresas não se adaptaram ao mercado digital, sofrendo com a concorrência.

No Brasil, foram realizados 149 pedidos de recuperação judicial apenas no primeiro mês do ano. A recuperação judicial, regulada pela Lei nº 11.101/2005, visa reabilitar empresas em dificuldades financeiras. O processo envolve a apresentação de um plano de recuperação que deve ser aprovado pelos credores e pelo juiz.

Advogado Carlos Henrique Santana explica que empresas buscam recuperação judicial por endividamento elevado, crises econômicas, problemas operacionais, falta de capital, eventos imprevistos, mudanças na legislação e incapacidade de negociar acordos extrajudiciais. (com informações, Correio do Estado)