Na noite desta quinta-feira, 25 de julho, o governo brasileiro anunciou o encerramento do foco da doença de Newcastle em um aviário comercial de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A decisão será formalizada em um comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O processo de notificação e encerramento é obrigatório. “Todas as informações técnicas indicam a conclusão do foco. Encerraremos o foco em comunicado à OMSA e prestaremos todas as informações para os países, sobre o diagnóstico atual e as ações tomadas”, explicou Carlos Goulart, secretário da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura.
Com a conclusão do foco e a confirmação dos resultados negativos para o vírus em cinco testes, o ministério espera a retomada da comercialização com os mercados que suspenderam as emissões de certificados de exportação. No entanto, a retomada depende do aval das autoridades sanitárias de cada país importador. “É difícil prever o comportamento das autoridades sanitárias, mas com habilidade negocial, mostraremos que as informações são suficientes e críveis para que as autoridades sanitárias revejam a postura e o Brasil possa retomar a certificação”, acrescentou Goulart. “Esperamos que a reação dos países importadores comece a ocorrer brevemente”, antecipou.
A retomada do fluxo comercial ainda não tem um prazo definido, pois depende do reconhecimento dos países importadores de que o Brasil está livre da doença. Após a validação, o Brasil pode retomar a certificação das exportações, cumprindo os requisitos sanitários acordados e reabrindo o comércio.
O governo brasileiro havia suspendido as certificações de exportação para 42 mercados, conforme os protocolos sanitários estabelecidos com os países importadores. Goulart destacou que a suspensão não foi uma decisão discricionária do governo brasileiro, mas um cumprimento dos acordos bilaterais.
Com a notificação à OMSA sobre o encerramento do foco e a regionalização da emergência sanitária a um raio de 10 km do local do vírus, o próximo passo do governo brasileiro é negociar, país a país, as liberações para o retorno das vendas externas. “Temos mantido discussões frequentes com as autoridades sanitárias e entregamos o máximo de informações com credibilidade e transparência. Depois disso, entra a parte negocial, mostrando a necessidade da celeridade dessa análise para que possamos retomar os embarques o mais rápido possível”, observou Goulart. Ele mencionou que as informações técnicas são enviadas diariamente por meio dos adidos agrícolas e embaixadas para cada país importador.
Para a China, principal destino das exportações brasileiras de frango, o protocolo bilateral prevê a suspensão das certificações na detecção da doença e, após a conclusão do foco, o envio de um dossiê técnico para avaliação da Administração Geral de Alfândega da China (GACC) e autorização do retorno das exportações. “No caso da China, como não há regionalização prevista no protocolo de aves, tanto a restrição quanto a liberação tendem a valer para todo o País”, explicou o secretário.
Além da China, as exportações de produtos avícolas de todo o território brasileiro estão suspensas para o México e Argentina. Para outros 39 países, o Brasil suspendeu a emissão de certificações de exportações do Rio Grande do Sul ou da região afetada, conforme previsto nos protocolos sanitários.
“Amanhã faremos uma reunião com todos os países do continente americano, visando principalmente os mercados com maior sensibilidade, para os quais estão fechados os embarques de todo o País. Temos todas as informações sanitárias que nos permitem anunciar o encerramento do foco de Newcastle e solicitar a manifestação dos países importadores na maior brevidade possível sobre o pacote técnico informado”, observou Marcelo de Andrade Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal da pasta.
Mesmo com a conclusão do foco, o ministério continuará com protocolos sanitários de vigilância e ações de controle na região afetada. “Encerramos a situação que nos impedia de emitir a certificação sanitária de exportação, mas faremos uma segunda rodada de vigilância nas 800 propriedades do raio afetado e a inclusão de aves sentinelas para verificar a não circulação do vírus na região”, detalhou Mota. As aves da granja afetada foram sacrificadas e o aviário limpo e desinfetado, com o objetivo de retomar a normalidade sanitária. (Informações Canal Rural)