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Embrapa e Unicamp desenvolvem inseticida sustentável e eficaz com nanotecnologia


(Foto: Divulgação/Embrapa) Por: Editorial | 30/07/2024 15:31

A Embrapa Meio Ambiente (SP), em colaboração com o Instituto de Química da Unicamp, desenvolveu um inseticida mais eficaz e sustentável usando nanotecnologia para combater o inseto Diaphorina citri, responsável pela disseminação do greening (huanglongbing ou HLB), doença que afeta todas as plantas cítricas e não tem cura. A única solução para plantas contaminadas é a erradicação.

A analista da Embrapa e coordenadora do estudo, Marcia Assalin, destacou que o novo inseticida é eficaz com uma dose aproximadamente duas vezes menor que as formulações comerciais. O desenvolvimento contou com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Além de ser mais eficiente, o novo produto reduz o número de aplicações, minimiza o desenvolvimento de resistência dos insetos, diminui o impacto ambiental e os custos. Atualmente, o controle do greening na citricultura é feito com tiametoxam, um neonicotinóide disponível desde os anos 1990.

A infestação pelo greening em São Paulo está levando citricultores a migrarem para o Mato Grosso do Sul, onde há planos de implantar 20 mil hectares de laranja nos próximos anos, aumentando significativamente os atuais 2 mil hectares.

Investimentos em Mato Grosso do Sul

Em maio, o Grupo Cutrale anunciou um investimento de R$ 500 milhões no plantio de 5 mil hectares de laranja na Fazenda Aracoara, situada entre Sidrolândia e Campo Grande, com início previsto para agosto. Outros produtores de São Paulo planejam plantar 5,1 mil hectares de laranja em Três Lagoas, começando com 760 hectares e expandindo gradualmente.

O Grupo Junqueira Rodas iniciou um projeto de citricultura em Paranaíba com 1,5 mil hectares e planeja mais 2,5 mil hectares em Naviraí ainda este ano. Todos os grupos envolvidos pretendem produzir mudas dentro do próprio estado, reduzindo o risco de disseminação do greening.

A expansão no Mato Grosso do Sul requer entre 8,5 milhões e 12,5 milhões de mudas, considerando o plantio de 571 mudas por hectare.

Nanotecnologia no Novo Inseticida

Nanopesticidas utilizam nanomateriais para aumentar a eficiência e reduzir os efeitos tóxicos ao ambiente. A técnica de nanoencapsulação aplicada neste estudo permite uma liberação sustentada do ingrediente ativo, resultando em maior estabilidade e especificidade.

Ljubica Tasic, professora da Unicamp, afirmou que o nanoinseticida exemplifica como a nanotecnologia pode promover práticas agrícolas mais sustentáveis, aumentando a produtividade com menos recursos e menor impacto ambiental. A agricultura sustentável deve garantir a produção de alimentos e a qualidade de vida, preservando os recursos naturais para as futuras gerações.




Diário do Interior MS
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