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Preço da mandioca sobe, mas ainda não compensa, diz produtor


Foto: Canva/Creative Commoms Por: Editorial | 04/08/2024 11:55

O produtor de mandioca Nelson de Paula Netto, que planejava dobrar a área plantada de 180 hectares em Rondon, Paraná, neste ano, decidiu recuar. A razão, segundo ele, é o preço da fécula de mandioca pago pela indústria, que, apesar de registrar aumento pela sétima semana consecutiva, ainda não cobre os custos de produção.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o valor médio da fécula na última semana foi de R$ 485,89 por tonelada (ou R$ 0,8450 por grama de amido), um aumento de 1,5% em relação à semana anterior. No entanto, esse preço é 34% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

"Aqui no noroeste do Paraná, a indústria está pagando R$ 0,86 por grama de amido de mandioca. Esse valor não cobre os custos. Estamos falando de um prejuízo de R$ 10 mil por alqueire. Para ser viável, o preço teria que ser, no mínimo, R$ 1,10 por grama", explica Nelson, lembrando que em 2022 a mandioca atingiu o maior preço histórico, R$ 2,17 por grama. "Meu pai costumava dizer que plantar mandioca naquela época era mais lucrativo do que roubar banco."

Este ano, as condições climáticas desfavoráveis, com um período prolongado de seca, afetaram a colheita da mandioca, mesmo com o uso de colheita semimecanizada na fazenda de Nelson. Como resultado, ele só colheu o necessário para "pagar boletos".

Nelson faz parte da quarta geração de agricultores da família. Formado em gastronomia e ex-proprietário de dois restaurantes, ele voltou ao campo há oito anos, iniciando o plantio de mandioca com 20 hectares na maior região produtora da raiz no país. Desde então, expandiu gradualmente sua área plantada até atingir os atuais 180 hectares. Além da mandioca, ele também cultiva sorgo, cana-de-açúcar e cria gado, mas a mandioca continua sendo seu principal negócio.

A fécula de mandioca, também conhecida como polvilho doce, é um pó fino, branco, sem cheiro e sem sabor, extraído da raiz durante o processamento. Este amido possui mais de 800 aplicações nas indústrias alimentícia, têxtil, de papel, colas, tintas, embutidos, cervejas e petrolífera. Cada quilo de raiz de mandioca rende entre 250 e 270 gramas de fécula.

A produção brasileira de mandioca, estimada este ano em 18,8 milhões de toneladas, é destinada majoritariamente ao processamento industrial como fécula e farinha, representando uma queda de 1,5% em relação à safra anterior.

Além disso, o preço da mandioca para consumo direto também está em alta. Na última quinta-feira, no Ceagesp-SP, o quilo da raiz graúda foi cotado a R$ 1,65, frente aos R$ 1,54 da semana anterior. (Informações Globo Rural)




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