O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou uma alta de 0,19% em agosto, uma desaceleração em relação aos 0,30% de julho, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo Transportes liderou a alta, com um aumento de 0,83%, impulsionado principalmente pelo preço da gasolina, que subiu 3,33% e gerou um impacto de 0,17 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Outros combustíveis também apresentaram alta, como o etanol (5,81%), o gás veicular (1,31%) e o óleo diesel (0,85%).
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou uma queda de 0,80%, puxada principalmente pelo recuo nos preços do tomate (-26,59%), da batata-inglesa (-13,13%) e da cebola (-11,22%). Esta é a segunda queda consecutiva nesse grupo, que teve um impacto negativo de 0,17 p.p. no índice geral.
No grupo Educação, a alta foi de 0,75%, influenciada pelos aumentos nos preços dos cursos regulares, especialmente no ensino superior (1,13%) e fundamental (0,57%).
O acumulado da inflação nos últimos 12 meses ficou em 4,35%, enquanto no ano, de janeiro a agosto, atingiu 3,02%. A meta de inflação do governo para 2024 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,50 p.p. para cima ou para baixo, estabelecendo um limite máximo de 4,50%.
Habitação e Outros Itens
No grupo Habitação, o gás de botijão apresentou uma alta significativa de 1,93%, enquanto a energia elétrica residencial registrou uma queda de 0,42%, após o retorno da bandeira tarifária verde.
Alimentação
Os preços dos alimentos continuam em queda, com destaque para o recuo nos preços de itens básicos como o tomate, batata-inglesa e cebola. No entanto, o café moído teve um aumento de 3,66%, contribuindo para uma alta de 0,02 p.p. no índice.
A alimentação em domicílio caiu 1,30%, intensificando a queda de 0,70% observada em julho. Por outro lado, a alimentação fora do domicílio apresentou uma aceleração, com um aumento de 0,49%, impulsionado por altas mais intensas no preço de lanches e refeições.
Este cenário reflete uma combinação de fatores que continuam a pressionar a inflação, apesar das quedas em itens essenciais, como alimentos, que ainda aliviam o bolso do consumidor.