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Diferenças entre biofertilizantes e fertilizantes orgânicos destacam desafios e oportunidades no setor agrícola brasileiro


Foto: Canva Por: Editorial | 31/08/2024 10:01

Nos últimos cinco anos, o mercado de produtos biológicos no Brasil tem ganhado destaque, levando produtores a se familiarizarem com um vocabulário técnico complexo. A compreensão das terminologias e suas aplicações pode impactar diretamente na segurança e eficiência dos insumos utilizados.

Especialistas destacam a importância de entender as diferenças entre dois segmentos específicos: biofertilizantes e fertilizantes orgânicos. Atualmente, esses produtos representam menos de 5% do total aplicado no país, segundo dados da CropLife. No entanto, possuem um grande potencial para impulsionar a agroindústria nacional de bioinsumos, que ainda depende fortemente da importação — com 87% dos insumos provenientes do exterior.

Definições:

  • Biofertilizantes: São produtos que contêm princípios ativos ou agentes orgânicos, livres de substâncias agrotóxicas. Eles atuam direta ou indiretamente sobre a planta, promovendo sua produtividade sem considerar valores hormonais ou estimulantes.

  • Fertilizantes orgânicos: Originam-se de matérias-primas industriais, urbanas ou rurais, e podem ser enriquecidos com nutrientes através de processos físicos, químicos, físico-químicos ou bioquímicos. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), esses fertilizantes aumentam a capacidade de retenção de água no solo. Sua matéria-prima inclui folhas, cascas, resíduos agrícolas e esterco de aves, bovinos ou suínos.

Victor Zanellato de Souza, agrônomo especialista em produtividade do grupo Agrogalaxy, explica que "biofertilizantes podem incluir extratos de óleos, algas ou aminoácidos, resultando em uma fórmula mais complexa e cara, mas também mais eficiente. Em comparação com os fertilizantes químicos, que contêm três nutrientes principais — nitrogênio, fósforo e potássio — os biofertilizantes oferecem pelo menos 12 nutrientes."

Vantagens e desafios:

  • Biofertilizantes: A formulação e os testes desses produtos são mais demorados e exigem um balanço nutricional preciso. No entanto, sua complexidade e inovação tecnológica proporcionam maior eficácia e longevidade nas prateleiras. Apesar disso, o custo pode ser elevado devido à inclusão de componentes como extratos naturais.

  • Fertilizantes orgânicos: Tendem a ser mais acessíveis e de custo mais baixo, mas devem ser manuseados com cuidado para evitar problemas como patógenos e desbalanceamento nutricional. "O excesso de nitrogênio e a falta de fósforo, por exemplo, podem prejudicar a eficácia do composto para diferentes tipos de cultivo," alerta Souza.

A compreensão e a correta aplicação desses insumos podem determinar o sucesso na agricultura moderna, especialmente à medida que o setor brasileiro busca reduzir a dependência de produtos importados e aumentar a eficiência dos seus processos produtivos.




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