O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com os efeitos da mudança climática sobre a inflação, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (11). Segundo ele, está monitorando a evolução das condições climáticas e o impacto no preço dos alimentos e, possivelmente, da energia. "A alta dos preços, especialmente em decorrência de eventos climáticos como a seca recorde e os incêndios, pode afetar diretamente o agronegócio, resultando em aumento dos preços no mercado e impulsionando a inflação", disse o ministro.
Haddad foi questionado sobre os dados de agosto, que registraram deflação, em contraste com as expectativas de alta dos juros, devido à possível redução da taxa Selic. O ministro ponderou que essa inflação específica, relacionada a fatores climáticos, "não se resolve com juros". No entanto, destacou que o Banco Central (BC) possui um corpo técnico sólido e está preparado para tomar as decisões necessárias. "Vamos aguardar a reunião do Copom", completou, referindo-se ao encontro do Comitê de Política Monetária, que ocorre entre os dias 17 e 18 de setembro.
Apesar das incertezas, Haddad afirmou que a economia brasileira segue em crescimento e demonstrou otimismo em relação ao desempenho do país. "Acredito em uma evolução de 3% até o final do ano, impulsionada principalmente pelos investimentos", disse. Ele também mencionou o avanço do setor de serviços, que cresceu 1,2% em julho em relação ao mês anterior, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na última reunião, o Copom manteve a taxa básica de juros do país, a Selic, em 10,50% ao ano. Para a próxima reunião, há expectativa de uma elevação de 0,25 ponto percentual, aguardada com atenção pelos investidores.