Desde 2018, o mercado global de vinho tem registrado uma queda contínua no consumo da bebida. Em 2023, o total consumido foi de 22,1 bilhões de litros, o que representa uma redução de 2,6% em relação ao ano anterior. Em comparação com 2017, a queda chega a 10,5%, o que equivale a cerca de 3,5 bilhões de garrafas não consumidas.
Esse declínio na demanda tem gerado um excesso de oferta no mercado, forçando produtores a tomar medidas drásticas. Na Austrália, por exemplo, grandes quantidades de vinhedos foram arrancadas, enquanto na França o governo destinou cerca de 200 milhões de euros para transformar o vinho excedente em etanol.
Para mitigar os impactos dessa queda, como o risco de falências de vinícolas e a destruição de vinhedos, foi criada a campanha internacional "Come Over October". A iniciativa busca incentivar o consumo de vinho no mês de outubro, promovendo encontros sociais com amigos e uma taça de vinho.
Além disso, especialistas apontam para o vinho sem álcool como uma possível solução para atrair novos consumidores, especialmente entre as gerações mais jovens, que estão cada vez mais inclinadas a reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. O mercado global de vinhos não alcoólicos fechou 2023 com uma avaliação de US$ 2,26 bilhões e projeta um crescimento anual de 7,9% até 2030.
Diante desse cenário, a indústria vinícola enfrenta um momento de adaptação, buscando formas criativas de reverter a tendência de queda no consumo e garantir a sustentabilidade do setor.