O primeiro-ministro da Austrália apresentou um projeto de lei que visa estabelecer uma idade mínima de 16 anos para o uso de redes sociais no país. Se aprovado, o projeto, que será votado ainda neste mês, exigirá que plataformas como Meta (Facebook e Instagram), TikTok, X (antigo Twitter), Snapchat e Reddit implementem medidas para excluir usuários que não atendam à nova exigência. As empresas terão um ano para se adaptar às novas regras.
Essa iniciativa ocorre em um contexto global de crescente preocupação com o impacto das redes sociais no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Dados recentes mostram que o uso de plataformas digitais entre jovens tem se tornado cada vez mais intenso e constante. Nos Estados Unidos, por exemplo, adolescentes de 13 a 18 anos passam, em média, 4 horas e 48 minutos por dia nas redes sociais. No Brasil, a situação também é alarmante: 85% das crianças entre 10 e 13 anos já têm acesso à internet, e metade delas já possui celular próprio.
O que está por trás dessas preocupações é o potencial impacto negativo que o uso excessivo das redes sociais pode ter no desenvolvimento social e cognitivo dos jovens. Especialistas alertam para os riscos de vício digital, problemas de autoestima, bullying online e até dificuldades no desenvolvimento de habilidades interpessoais devido à interação limitada no mundo físico.
Além disso, a Austrália não é o único país a adotar medidas restritivas. Recentemente, a Câmara dos Deputados no Brasil aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas salas de aula, uma tentativa de reduzir a distração e promover uma educação mais focada. Enquanto isso, plataformas como o Instagram, cientes da crescente demanda por controle parental, lançaram recursos como o Teen Accounts, que permite que pais monitorem as atividades online dos filhos e definam limites de tempo de uso.
Curiosamente, uma tendência crescente nos últimos anos tem sido a criação de contas de redes sociais para crianças muito pequenas, com pais criando perfis para seus filhos antes mesmo de nascerem. Exemplo disso são as filhas da influenciadora Virgínia, que, junto com sua irmã, acumulam mais de 10 milhões de seguidores nas redes.
À medida que governos e plataformas buscam encontrar um equilíbrio entre liberdade digital e proteção infantil, a discussão sobre o limite de idade para o uso das redes sociais tende a ganhar cada vez mais força. (Informações The News)