Investidores e empresários do setor petrolífero dos Estados Unidos estão pressionando o presidente eleito Donald Trump a reconsiderar sua postura em relação à Venezuela. Durante seu primeiro mandato, Trump endureceu sanções econômicas contra o governo de Nicolás Maduro, medida que, segundo os empresários, não alcançou os objetivos esperados e agravou a crise migratória.
A proposta defendida pelos empresários sugere que os EUA permitam a retomada da importação de petróleo venezuelano em larga escala. Em contrapartida, o governo americano intensificaria os voos de deportação de imigrantes venezuelanos. A medida é vista como uma tentativa de equilibrar interesses econômicos e reduzir o fluxo migratório.
Com a posse de Trump em janeiro, mais de 150 solicitações de empresas americanas para obter licenças de operação na Venezuela estarão sob análise. Essas permissões abririam caminho para novos negócios com a nação sul-americana, que possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
O governo de Maduro, por sua vez, já sinalizou disposição para reaproximação. Após as eleições americanas, Caracas parabenizou o republicano e expressou interesse em construir uma relação positiva com Washington, propondo um "novo começo". Entretanto, conselheiros de Trump alertam para os riscos dessa reaproximação, lembrando que o governo Biden tentou aliviar sanções na expectativa de promover eleições livres, algo que nunca ocorreu.
A crise humanitária na Venezuela permanece uma das mais graves da América Latina, com mais de 7,7 milhões de pessoas vivendo como refugiados ou imigrantes — cerca de 25% da população do país. A pressão para uma nova política externa será um dos desafios mais delicados para o próximo governo americano.