Donald Trump, que retornará à Casa Branca em 2025, colocou na mesa um projeto que prevê uma tarifa de 100% sobre todos os produtos importados dos países que integram o BRICS, incluindo o Brasil. A proposta seria acionada caso o bloco de economias emergentes avance na criação de uma moeda alternativa ao dólar para transações comerciais.
A ideia de uma moeda própria para o bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem ganhado força. O objetivo não é substituir as moedas nacionais, mas criar um mecanismo de câmbio que diminua a dependência global do dólar. O Brasil terá protagonismo nessa discussão, já que assumirá a presidência do BRICS em 2025. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defensor da proposta, já afirmou que o tema “não pode ser adiado” e será uma prioridade no mandato brasileiro à frente do bloco.
Hoje, cerca de 90% das transações internacionais envolvem a moeda americana. Essa hegemonia garante aos EUA poder econômico e político, permitindo, por exemplo, impor sanções a países como Rússia e Irã. Caso a tarifa seja aplicada, produtos vindos do BRICS enfrentarão uma alta significativa de preços nos EUA, o que pode impactar negativamente as exportações brasileiras e as relações comerciais do bloco com o mercado americano.
Se concretizada, a nova moeda do BRICS poderá desafiar diretamente o domínio do dólar e os interesses dos EUA no cenário global. Além de oferecer alternativas a países alvo de sanções, a iniciativa pode intensificar a disputa entre o BRICS e o G7, os dois blocos mais influentes na economia mundial.
Com o Brasil à frente das decisões do BRICS e a postura protecionista de Trump, o próximo ano promete um novo capítulo nas tensões da geopolítica internacional.