O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu promover mudanças no comando do Conselho de Administração da Petrobras, gerando impacto nos bastidores políticos e econômicos de Brasília. Pietro Mendes, atual presidente do colegiado, deve deixar o cargo para assumir uma posição na Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em seu lugar, Bruno Moretti, figura próxima ao PT, é o nome cotado para assumir o posto.
A indicação de Moretti sinaliza um alinhamento da Petrobras aos interesses do partido governista, o que acende alertas no mercado financeiro. Embora controlada pela União, a estatal possui milhares de acionistas privados, cuja visão nem sempre converge com a do governo. Essa possível mudança de direção preocupa investidores, refletindo-se na queda de 1,36% nas ações da Petrobras durante o pregão de ontem.
Com seis dos 11 conselheiros indicados pelo governo, a influência da União sobre a estatal já é significativa. A aprovação de Bruno Moretti dependerá do aval do Senado, que deverá avaliar o impacto dessa nomeação no equilíbrio entre interesses públicos e privados dentro da companhia.
A Petrobras, avaliada em mais de R$ 550 bilhões, é a maior empresa brasileira e um ativo estratégico para o governo. Em 2023, registrou um lucro histórico de R$ 124 bilhões, destacando-se como a empresa mais lucrativa da bolsa de valores. No entanto, as constantes mudanças no comando têm gerado instabilidade e incertezas sobre sua governança.
Especialistas avaliam que a nomeação de aliados políticos para cargos-chave pode alterar o foco estratégico da empresa. "É fundamental garantir que decisões sejam pautadas por critérios técnicos e pelo interesse coletivo, e não apenas por agendas partidárias", alertam analistas do setor.