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Setores exportadores de commodities, como petróleo e celulose, são os maiores beneficiados pela alta do dólar no final de 2024.
Por: Editorial | 30/12/2024 08:55
A recente escalada do dólar, que alcançou o maior valor nominal da história em dezembro, promete gerar efeitos positivos para as empresas exportadoras de commodities no quarto trimestre de 2024 e ao longo de 2025. Com a valorização acumulada de mais de 12% desde o início do último trimestre e de 25% desde janeiro, setores como petróleo, gás, mineração, grãos e papel e celulose devem se destacar entre os mais beneficiados.
Analistas afirmam que a alta do dólar proporciona uma vantagem dupla para essas empresas. Além de verem suas receitas aumentarem, uma vez que as commodities são negociadas em dólares, seus custos também diminuem, pois muitos deles são indexados à moeda americana. Segundo Lucas Laghi, analista da XP, "o câmbio depreciado faz com que as receitas em reais aumentem, afetando positivamente as companhias exportadoras."
Um exemplo notável é a Suzano, uma das principais exportadoras de celulose, que tem 40% de seus custos em dólares e praticamente toda sua receita atrelada à moeda americana. Em relatório, o BTG Pactual calcula que o Ebitda da companhia pode crescer até 16% a cada 10% de desvalorização do real. Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, destaca que "para a Suzano, o efeito do dólar é imediato, pois a empresa vende celulose no mercado à vista, enquanto nos custos, o impacto demora entre três a cinco meses."
No setor de papel e celulose, a Klabin também se beneficia da variação cambial. Marcos Ivo, diretor financeiro da Klabin, afirmou que uma variação de 10 centavos no câmbio impacta aproximadamente R$ 160 milhões no Ebitda da companhia. Cerca de 15% dos custos da Klabin são em dólar, o que favorece a empresa em um cenário de câmbio depreciado.
O setor de petróleo também observa ganhos com a alta do dólar, especialmente para companhias independentes como a Prio, que negociam diretamente a commodity no mercado internacional. A Petrobras, por outro lado, tem suas receitas mais atreladas a combustíveis, o que pode diluir o impacto positivo da desvalorização do real em seus resultados.
