Em entrevista coletiva está semana, o professor Chocolate, novo gerente da pasta do Meio Ambiente de Naviraí, que atendeu ao chamado do prefeito Rodrigo Sacuno, expôs o histórico de avanços e os desafios enfrentados na gestão ambiental do município. Ressaltando a relevância econômica e estratégica do meio ambiente, ele destacou que a área, além de preservar os recursos naturais, também gera receita significativa para a cidade, especialmente por meio do ICMS Ecológico.
A Evolução do ICMS Ecológico
Chocolate recordou os esforços iniciados em 2005, durante a gestão do saudoso Euclides Fabres, quando Naviraí arrecadava apenas R$ 26 mil anuais em ICMS Ecológico. O cenário começou a mudar com a criação de unidades de conservação, como o Parque Cumandaí e o Parque Municipal da Vaca Branca, o maior parque municipal do Brasil, com 16 mil hectares. Essas iniciativas consolidaram Naviraí como referência ambiental no Mato Grosso do Sul e em toda a região Centro-Oeste.
Os investimentos no setor resultaram em um salto expressivo na arrecadação, que alcançou R$ 700 mil anuais em poucos anos. Hoje, a cidade recebe R$ 9,056 milhões por ano de ICMS Ecológico, mas, segundo o professor Chocolate, o valor poderia ser ainda maior. "Hoje poderíamos estar recebendo até R$ 12 milhões, como Alcinópolis e Jateí. Mas, para isso, é preciso planejamento e execução contínuos, especialmente no que diz respeito ao plano de manejo das unidades de conservação", alertou.
Desafios Recentes
O gerente chamou a atenção para o impacto da falta de atualização do plano de manejo, vencido em 2024. Essa falha poderá comprometer o repasse futuro do ICMS Ecológico. "Estamos perdendo receita que poderia beneficiar toda a população. Precisamos corrigir isso urgentemente e garantir que as ações ambientais estejam alinhadas com os critérios estaduais", afirmou.
Além disso, ele destacou a necessidade de reforçar a coleta seletiva e melhorar a gestão de resíduos sólidos. Naviraí já foi referência nacional quando encerrou o lixão em 2008 e construiu um aterro sanitário modelo. Contudo, segundo Chocolate, é fundamental retomar esse protagonismo. "Hoje, cerca de 70% da avaliação do ICMS Ecológico depende da destinação correta dos resíduos sólidos. Reciclar mais significa economizar com o aterro e gerar receita para o município."
Oportunidades no Setor Ambiental
Chocolate enfatizou que o meio ambiente não é um gasto, mas sim um investimento que atrai empresas e promove o desenvolvimento econômico. "Um aterro sanitário não é luxo, é atrativo para empresários. Ele garante a destinação correta de resíduos e atende às exigências do mercado, estimulando a instalação de indústrias", explicou.
Compromisso e Aprendizado
Ao final da coletiva, o professor Chocolate reiterou seu compromisso com a gestão ambiental e destacou a importância da colaboração entre a prefeitura, a sociedade e a imprensa na divulgação dessas ações. "Eu me considero um eterno aprendiz, mas estou aqui para compartilhar o que aprendi e contribuir para que Naviraí continue sendo um exemplo em sustentabilidade. Temos desafios grandes, mas também grandes oportunidades. Vamos trabalhar juntos para alcançá-las", concluiu.