O preço das carnes foi o principal responsável pela inflação no grupo de alimentos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, subindo 20,84% no ano e afetando significativamente o orçamento das famílias brasileiras. Após uma queda de 9,37% em 2023, o aumento registrado foi o mais acentuado desde 2019, quando os preços subiram 32,40%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as carnes representaram 0,52 ponto percentual da inflação geral de 4,83% do IPCA, ou 10,76% do índice total. Durante o primeiro semestre de 2024, o Brasil observou um crescimento no volume de abates, o que resultou em preços mais baixos da arroba do boi gordo e em uma maior demanda por carne bovina no mercado interno. Além disso, as exportações mantiveram um ritmo aquecido.
Contudo, a situação se alterou no segundo semestre, quando a oferta de gado para abate diminuiu devido à estiagem e aos incêndios que afetaram as pastagens. A escassez de gado e a contínua demanda tanto interna quanto externa resultaram em uma alta expressiva nos preços da carne, pressionando a inflação.
O preço do boi gordo também acompanhou a alta, fechando o ano a R$ 317,11 por arroba em São Paulo, representando um aumento de 27,3% em comparação com o mesmo período de 2023.
O setor de alimentos e bebidas foi o maior responsável pela inflação geral de 2024, com destaque para as carnes, café, leite e frutas. O grupo de alimentação e bebidas subiu 7,69%, comparado a apenas 1,03% no ano anterior, impactando principalmente a alimentação dentro de casa, que teve uma alta de 8,23%.
A tendência para 2025 aponta para uma redução na oferta de bovinos para abate, o que deve manter os preços elevados para a carne bovina. Analistas apontam que o ciclo da pecuária de corte pode provocar uma pressão inflacionária mais forte no mercado interno, o que deve se refletir em preços mais altos para os consumidores. (Com informações Globo Rural)