O preço dos ovos subiu 19,44% nos supermercados na prévia da inflação de março em relação a fevereiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, a alta já chega a 25,88%. Especialistas apontam que o aumento é impulsionado pelo encarecimento do milho, o calor intenso e a maior demanda durante a Quaresma, período em que muitos consumidores substituem a carne vermelha por ovos. Segundo produtores, os preços devem se normalizar até a Páscoa. No entanto, economistas alertam que a estabilidade dependerá do comportamento dos preços das carnes.
Quaresma, custos de produção e impacto do clima
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explica que a alta nos preços dos ovos antes e durante a Quaresma é comum, já que há uma maior demanda pela proteína como alternativa à carne vermelha.
Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), destaca que a elevação dos preços aconteceu antes do previsto e que a valorização do milho – principal insumo da alimentação das galinhas – foi um dos fatores determinantes para o aumento. Desde julho de 2024, o custo do milho já subiu 30%. Além disso, os gastos com embalagens cresceram mais de 100% nos últimos oito meses.
Outro fator relevante, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), é a baixa disponibilidade de ovos no mercado. No Espírito Santo, por exemplo, a queda no volume de negociações gerou pressão por descontos, mas a demanda deve seguir aquecida devido à Quaresma, o que pode evitar uma redução significativa nos preços.
A expectativa dos produtores é que, após a Páscoa, os preços se estabilizem. No entanto, economistas alertam que essa normalização dependerá do comportamento do mercado de carnes, que pode continuar pressionando a demanda por ovos. Com informações G1.