A Justiça dos Estados Unidos decidiu suspender o plano do governo do presidente Donald Trump de revogar o visto de cerca de 500 mil latino-americanos, uma medida anunciada no mês passado. A suspensão será válida enquanto o caso é analisado, representando um alívio para aproximadamente 530 mil cidadãos da Venezuela, Haiti, Cuba e Nicarágua que vivem legalmente no país.
Esses cidadãos estão protegidos pelo programa Status de Proteção Temporária (TPS), que foi criado pelo governo do ex-presidente Joe Biden. O TPS concede aos migrantes proteção contra a deportação e o direito ao trabalho, sendo destinado a estrangeiros que não podem retornar com segurança aos seus países devido a situações de guerra, desastres naturais ou outras condições extraordinárias.
O juiz Edward Chen, responsável pela decisão, destacou que a revogação do TPS "ameaçaria infligir um dano irreparável a centenas de milhares de pessoas" e causaria prejuízos econômicos significativos aos Estados Unidos. Ele também afirmou que as alegações de Trump contra os venezuelanos, associando-os à criminalidade, eram infundadas e "pareciam racismo", já que a taxa de criminalidade entre os migrantes com TPS é inferior à da população geral.
Além disso, a administração de Trump tem adotado medidas severas contra a imigração da Venezuela, incluindo deportações, como a realizada em 16 de março, quando 238 venezuelanos acusados de envolvimento com a gangue 'Tren de Aragua' foram enviados para El Salvador. O presidente Nicolás Maduro denunciou essas ações como um "sequestro" de seus compatriotas.
O TPS, originalmente lançado para venezuelanos em 2022, foi expandido em 2023 para cidadãos de Cuba, Haiti e Nicarágua, países com grandes fluxos de imigração irregular para os EUA.