Mercado do Milho HOJE: Oferta estável, demanda cautelosa e onde os preços vão explodir?

O mercado do milho no Brasil tem registrado um ritmo de negociações pontuais e regionalizadas, conforme aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Com produtores concentrados nas atividades de campo e a demanda em um momento de acomodação, as cotações apresentam variações em diferentes regiões do país.

Oferta em equilíbrio com avanço da colheita e safrinha

A colheita da safra de verão segue em ritmo satisfatório na maioria das principais regiões produtoras, garantindo fluxo regular do grão ao mercado. Paralelamente, a semeadura da segunda safra, responsável pela maior parte da produção nacional de milho, está próxima de ser concluída, dentro do cronograma previsto. O bom andamento das operações no campo tem contribuído para uma oferta estável no curto prazo, embora as condições climáticas ainda sejam um fator de monitoramento para o desenvolvimento da safrinha.

Demanda estratégica e pressão nos preços

No lado da procura, indústrias e consumidores finais já estão com estoques abastecidos, reduzindo a necessidade de compras imediatas. As aquisições têm ocorrido de forma mais espaçada, com compradores buscando apenas reposições pontuais. Essa cautela reflete incertezas sobre o consumo interno e as exportações nos próximos meses.

Em algumas praças, como Campinas (SP), os preços já sentem o efeito dessa dinâmica, com quedas pontuais registradas pelo Cepea. No entanto, em termos nominais, as cotações permanecem acima das observadas no mesmo período de 2023, sustentadas pelos altos custos de produção e pela influência do mercado internacional.

Cenário externo pode influenciar tendências

A demanda global pelo milho brasileiro segue como um fator relevante para a formação de preços. As exportações podem ganhar força nos próximos meses, dependendo de ajustes na oferta mundial e das decisões de grandes importadores, como China e países da União Europeia. Além disso, fatores como câmbio, políticas comerciais e o desempenho das safras nos EUA e Argentina também serão determinantes para o mercado nacional.

Atenção redobrada nos próximos meses

Produtores e agentes do setor devem acompanhar de perto a evolução da colheita da segunda safra, que será decisiva para os preços internos, assim como o comportamento da demanda e o volume de exportações. A combinação entre oferta, clima e mercado externo continuará moldando as estratégias de comercialização e as oportunidades de negócios no mercado do milho.