Entre cliques precisos e olhares atentos à vida selvagem, o biólogo e fotógrafo de conservação Fernando Faciole transforma histórias de superação animal em imagens que atravessam fronteiras. Pela segunda vez consecutiva, ele é finalista do Environmental Photography Award, renomado concurso internacional promovido pela Prince Albert II of Monaco Foundation, que reconhece a fotografia como uma poderosa ferramenta de conscientização ambiental.
Nesta edição, Fernando teve três fotografias entre as oito finalistas na categoria "Change Makers", uma das mais prestigiadas da competição. Seu trabalho evidencia a resiliência da biodiversidade brasileira e a necessidade urgente de conservação ambiental.
No ano passado, Fernando conquistou o Prêmio do Público com sua fotografia "Rainy Release", que registrou a tamanduá-bandeira Hanna sendo devolvida ao seu habitat no Cerrado brasileiro após exames cardíacos. A imagem emocionou o público e chamou atenção para a importância da pesquisa sobre a saúde da fauna silvestre.
Agora, ele retorna à final com três novas imagens impactantes:
"Após as Chamas, Esperança" – Retrata a anta Valente, sobrevivente dos incêndios devastadores que atingiram o Pantanal em 2024, queimando mais de 2,6 milhões de hectares. A foto ressalta a força da fauna diante da seca extrema e das mudanças climáticas.Valente foi resgatado no Pantanal com queimaduras graves nas quatro patas e nas orelhas e sobreviveu a um dos maiores incêndios já registrados no bioma Pantanal — Foto: Fernando Faciole
"Cuidando dos Gigantes Invisíveis" – Mostra um raro registro do tatu-canastra, capturado durante os trabalhos do Projeto Tatu-Canastra, liderado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS). A imagem destaca o esforço de pesquisadores para proteger essa espécie, considerada quase um "fantasma" na natureza.Pata traseira de um jovem tatu-canastra (Priodontes maximus), de aproximadamente um ano e meio de idade, é segurada pelo biólogo Gabriel Massocato, coordenador de campo do Projeto Tatu-Canastra no Pantanal — Foto: Fernando Faciole
"A Caminhada do Pequeno Gigante" – Expõe as consequências das colisões entre veículos e animais silvestres, abordando o drama dos filhotes de tamanduá-bandeira órfãos que precisam ser reabilitados antes de voltarem à natureza.A foto registra o momento da última mamada no escritório, por volta das 19h. Após a alimentação, os animais são incentivados a caminhar pelo recinto para se exercitarem e desenvolverem seus instintos — Foto: Fernando Faciole
A votação para o Prêmio do Público do Environmental Photography Award 2025 está aberta até 13 de abril, e Fernando incentiva que os votos sejam direcionados para sua imagem da anta Valente, reforçando a urgência das discussões sobre o impacto ambiental da seca no Pantanal.
Os vencedores do prêmio serão anunciados em 6 de junho, durante o evento realizado em Mônaco.
Fernando Faciole é um dos principais nomes da fotografia de conservação no Brasil. Em 2022, tornou-se o mais jovem e o terceiro brasileiro a ingressar na International League of Conservation Photographers (iLCP), grupo que reúne os fotógrafos mais influentes do mundo na área ambiental.
Seu trabalho já foi publicado em revistas renomadas como National Geographic e BBC Wildlife Magazine. Em 2024, recebeu reconhecimento ao ser listado na Forbes Under 30, pelo impacto de suas imagens na defesa da biodiversidade.
Atualmente, ele se dedica a documentar a vida do tatu-canastra na Mata Atlântica, como Explorador da National Geographic Society, e continua engajado em projetos de conservação dos tamanduás-bandeira.
"Acredito no poder da fotografia para transformar a forma como as pessoas enxergam os problemas ambientais. Ela cria empatia, inspira ações e valoriza quem luta para proteger a natureza", afirma Fernando.
Com imagens que sensibilizam e informam, Fernando Faciole segue usando sua arte para contar histórias de resistência e conservação. Seu trabalho reforça a importância da preservação da biodiversidade e do engajamento na luta pela proteção dos animais silvestres. Com informações G1.