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EUA aumentam tarifas sobre produtos do Brasil: Veja os setores mais afetados!


Novo tarifaço de Trump impõe taxas de até 10% sobre café, carnes, etanol e outros itens do agro brasileiro.
Café é um dos produtos que têm pressionado os índices de inflação — Foto: Reprodução/TV Globo Por: Editorial | 03/04/2025 14:58

 

Nesta quarta-feira (2), o ex-presidente e atual candidato Donald Trump anunciou que os Estados Unidos passarão a cobrar uma tarifa mínima de 10% sobre produtos importados do Brasil a partir do próximo sábado (5). A decisão faz parte de um pacote de medidas comerciais adotadas pelo governo norte-americano, que visa aumentar a competitividade da indústria local e responder a tarifas aplicadas por outros países.

A medida afeta diretamente o agronegócio brasileiro, que tem os EUA como um de seus principais mercados. Entre os produtos mais exportados pelo Brasil para os americanos estão café, carnes, sucos – especialmente o de laranja – e derivados da cana, como açúcar e etanol.

Café lidera as exportações brasileiras para os EUA

O café é um dos produtos mais afetados pelo novo imposto. O Brasil é o maior fornecedor do grão para os Estados Unidos, que representam o principal destino das exportações brasileiras no setor. Em 2024, as vendas de café brasileiro para os EUA somaram US$ 2 bilhões, ficando atrás apenas dos produtos florestais, como madeiras.

Atualmente, o café brasileiro não torrado, não descafeinado e em grão já está sujeito a uma tarifa de 9% nos EUA. Com a nova determinação, a taxa deve aumentar ainda mais, o que pode impactar o mercado e tornar o produto menos competitivo no país.

Além do café, outros produtos do agronegócio também estão sujeitos a impostos nos EUA:

  • Carnes bovinas desossadas e congeladas: 10,8%

  • Etanol: 2,5%

Os sucos, especialmente o de laranja, também têm grande participação nas exportações brasileiras para os EUA e podem sofrer impactos com as novas tarifas.

Setor cafeeiro monitora impactos

Diante da decisão de Trump, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou que ainda não irá se manifestar oficialmente. A entidade segue em contato com a Associação Nacional do Café dos Estados Unidos (NCA) para avaliar possíveis impactos da nova tarifação sobre o mercado.

Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), destacou que o aumento das tarifas não afeta apenas o Brasil. Segundo ele, a Colômbia, outro grande exportador do grão, também foi tarifada em 10%. Já o Vietnã, maior concorrente do Brasil no setor, recebeu uma taxa ainda mais elevada, de 46%.

"Nosso impacto ainda está sendo avaliado, mas é importante notar que a exportação de café torrado e moído representa uma parcela menor do volume total. O grande destaque continua sendo o grão verde", explicou Cardoso.

Justificativa dos EUA: reciprocidade tarifária

A Casa Branca justificou a decisão alegando que as novas tarifas são uma resposta às políticas comerciais de outros países. No documento oficial assinado por Trump, o Brasil foi citado por sua taxação sobre o etanol norte-americano.

De acordo com o texto, o Brasil aplica uma tarifa de 18% sobre o etanol importado, enquanto os Estados Unidos cobram apenas 2,5%. O governo norte-americano argumenta que a imposição de novas tarifas seria uma forma de equilibrar as condições de comércio entre os países.

E agora?

Com as novas tarifas entrando em vigor já neste fim de semana, especialistas avaliam que o impacto sobre o agronegócio brasileiro pode ser significativo. O setor cafeeiro, em especial, segue monitorando a situação para entender as possíveis consequências para os exportadores nacionais.

Enquanto isso, a decisão pode gerar novas tensões comerciais entre os países e levar o governo brasileiro a estudar medidas de resposta ao tarifaço imposto por Trump. Com informações G1.

 




Diário do Interior MS
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