Pequenas, com poucos megapixels e esquecidas no fundo das gavetas por anos... até agora. As câmeras digitais que fizeram sucesso nos anos 2000, como a clássica Cyber-shot, estão de volta e viraram febre entre os jovens da Geração Z.
Presentes em festas, viagens e até nas escolas — onde o uso de celulares muitas vezes é proibido — essas câmeras ressurgiram como um símbolo de nostalgia e autenticidade.
Para muitos jovens, usar o mesmo tipo de câmera que os pais usavam traz uma sensação única. Com visual retrô e experiência diferente dos smartphones modernos, esses equipamentos estão sendo usados para registrar momentos especiais, sair bem nas fotos com flash e até brilhar em campanhas publicitárias.
Além disso, colecionar modelos antigos virou um hobby: tem gente que já acumula várias unidades, herdadas da família ou garimpadas em brechós e marketplaces.
Três motivos principais explicam essa tendência:
Visual dos anos 2000 em alta: O estilo da época voltou com tudo e as câmeras digitais compactas se tornaram parte desse resgate nostálgico;
Cansaço da perfeição dos celulares: Hoje, a maioria dos smartphones aplica filtros automáticos nas imagens, o que tira a naturalidade das fotos;
Memórias mais reais: Tirar foto com câmera exige mais intenção, e o resultado final traz um toque emocional que muitas vezes se perde com a praticidade dos celulares.
Até mesmo as falhas viraram charme: fotos com ângulos tortos, flash estourado e baixa resolução ganharam valor estético e foram ressignificadas como parte do estilo.
Com a alta procura, os preços dispararam. Modelos que antes eram encontrados por menos de R$ 200 hoje ultrapassam os R$ 600. Isso porque as câmeras digitais antigas já não são mais fabricadas, e a única opção é recorrer a unidades usadas.
Muitos jovens relatam que ficou difícil achar uma câmera em bom estado com preço acessível — e, em vários casos, os anúncios não incluem nem carregador ou cartão de memória.
A febre chegou também às escolas. Em lugares onde o uso de celulares foi restringido, os estudantes passaram a levar câmeras digitais para registrar o dia a dia. O que era uma alternativa virou tendência: fotografar os amigos, os intervalos e os eventos com um equipamento "vintage" transformou a rotina.
Para muitos, fotografar com celular perdeu o encanto. A praticidade virou um hábito automático, sem intenção. Já com as câmeras digitais antigas, o momento de tirar uma foto volta a ser especial.
As imagens podem não ser perfeitas, mas têm personalidade. O flash estourado, os filtros naturais e a estética "crua" criam um clima nostálgico e único — muito distante das imagens padronizadas dos smartphones.
Enquanto a tecnologia avança, parte da nova geração decidiu desacelerar e valorizar o simples ato de clicar — com mais emoção, menos edição e muito estilo. Com informações G1.