Os preços do milho vêm registrando queda no início de abril na maioria das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Na sexta-feira, 4 de abril, o indicador do Cepea, com base em Campinas (SP), apontou a cotação de R$ 84,63 por saca de 60 quilos, representando uma redução de 3,51% apenas na primeira semana do mês.
Fatores que influenciam a queda nos preços
Entre os fatores que influenciam a queda estão a demanda enfraquecida e o comportamento dos vendedores. Compradores, já abastecidos e atentos ao avanço da colheita da primeira safra, têm reduzido as aquisições no mercado spot, aguardando possíveis novas baixas nos preços. Enquanto isso, alguns produtores estão mais ativos, tentando negociar novos lotes por receio de desvalorizações adicionais. Outros preferem limitar a oferta, apostando no desempenho da segunda safra, conhecida como safrinha.
Situação da colheita
No Paraná, a colheita do milho da primeira safra alcançou 95% da área cultivada até o início de abril, avançando em relação à semana anterior, que registrava 92%, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral).
Projeções para a safra 2025
Estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para uma produção recorde de grãos em 2025, totalizando 323,8 milhões de toneladas, um aumento de 10,6% em relação a 2024. No caso do milho, espera-se uma produção de 124,8 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 8,8% frente ao ano anterior.
Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de milho negociados na B3 também refletem a tendência de baixa observada no mercado físico. Em 4 de abril, o contrato para maio de 2025 foi negociado a R$ 76,40 por saca de 60 quilos, enquanto o de julho de 2025 foi cotado a R$ 71,25, ambos com variações negativas.
Perspectivas
O comportamento dos preços nas próximas semanas dependerá do ritmo da colheita, do desenvolvimento da safrinha, das condições climáticas nas principais regiões produtoras e da evolução da demanda interna e externa. A expectativa de uma safra recorde pode manter a pressão sobre os preços, especialmente se o mercado não apresentar sinais de aumento na demanda.