|
Hoje é Quinta-feira, 30 de Outubro de 2025.
O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa em ato na Avenida Paulista — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
Por: Editorial | 07/04/2025 10:57
Lideranças da direita e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a se reunir neste domingo (7) na Avenida Paulista, em São Paulo, em um novo ato em defesa da anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O evento, que reuniu cerca de 44,9 mil pessoas segundo a USP, teve como foco pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto de anistia articulado pela bancada do PL.
Ao lado de familiares de condenados, como Débora Rodrigues — que ficou conhecida por pichar “perdeu, mané” na estátua da Justiça — Bolsonaro discursou contra o STF e defendeu a aprovação da anistia. Ele voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e afirmou que só um "psicopata" poderia classificar os atos de 8 de janeiro como tentativa de golpe.
Além de Bolsonaro, participaram governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Jr. (PR), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO), Mauro Mendes (MT) e Wilson Lima (AM). Tarcísio foi um dos mais enfáticos ao puxar o coro de "Anistia já" e criticar o governo Lula, mencionando o aumento no custo de alimentos.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também discursou, adotando um tom emocional ao criticar as penas aplicadas às mulheres envolvidas nos atos e pedir clemência ao STF. Ela se dirigiu diretamente ao ministro Luiz Fux, pedindo revisão das penas de Débora e Adalgiza Dourado.
Durante o evento, parlamentares como Sóstenes Cavalcanti e Altineu Cortes cobraram publicamente o apoio de outros partidos ao projeto de anistia, com destaque para a ausência de apoio formal do PSD, partido dividido sobre o tema. O organizador do ato, Silas Malafaia, acusou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de tentar barrar a tramitação da proposta.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos poucos que discursaram ao lado de Bolsonaro, atacou ministros do STF, especialmente Moraes e Barroso, e defendeu a candidatura de Bolsonaro em 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030.
Pesquisas divulgadas no mesmo dia indicam resistência popular à pauta. Segundo o Datafolha, 67% dos eleitores acham que Bolsonaro deveria apoiar outro nome em 2026. Já o levantamento da Quaest apontou que 56% da população defende que os condenados do 8 de janeiro cumpram suas penas.
Lideranças da esquerda reagiram ao ato. A ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o evento reforça a necessidade de responsabilizar Bolsonaro. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o tom adotado no evento pode isolar ainda mais o PL no Congresso. Com informações O Globo.
