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Emergência na Bolívia: chuvas intensas causam mortes e devastação no campo


Gado, plantações e famílias inteiras são afetados por inundações sem precedentes na região de Beni.
Enchentes na Bolívia elevam nível de rio da Amazônia que corta o país e faz vacas nadarem — Foto: Reuters Por: Editorial | 08/04/2025 11:11

Na região de Beni, zona rural da Bolívia próxima à fronteira com o Brasil, pastos inteiros estão submersos. A situação é tão grave que vaqueiros e o gado precisam nadar para se locomover.

O país enfrenta um dos períodos de chuva mais intensos das últimas décadas. As inundações atingiram plantações de soja, cobriram fazendas e ameaçam as exportações bolivianas, além de pressionar os preços dos alimentos no mercado interno.

"A inundação que estamos enfrentando agora é muito incomum e severa para esta época do ano", relatou o pecuarista Gunther Amatller à agência Reuters, enquanto tentava salvar seus animais. "A água continua subindo, e é impossível prever até onde vai chegar."

Estima-se que cerca de 200 mil cabeças de gado estejam em risco, enfrentando não só o cansaço como também o avanço das águas. No total, 590 mil famílias foram afetadas, e ao menos 55 pessoas perderam a vida devido aos temporais.

"Meus animais estão sofrendo, já estão emagrecidos. E na região alagada há muitas cobras e onças", contou Teresa Vargas, proprietária da fazenda Cheperepije.

Especialistas apontam que as mudanças climáticas estão alterando os padrões de chuva, que agora chegam mais tarde e com mais intensidade. O rio Mamoré, que cruza Bolívia e Brasil, transbordou e inundou amplas áreas por onde passa.

Em cidades como Puerto Almacén e Puerto Ballivián, famílias inteiras tiveram que abandonar suas casas e buscar abrigo improvisado às margens das estradas.

"Fomos obrigados a sair. Todos os dias a água sobe mais", desabafou Mayra Peralta, emocionada.

Em Loma Calatayud, Jesús Martínez mostrou com tristeza o que restou de suas plantações de arroz, banana e mandioca: tudo está submerso. A esposa dele tenta cozinhar em uma estrutura de madeira montada acima da água, que agora cerca a residência da família.

"Está tudo debaixo d'água", resumiu.

Enquanto isso, indígenas como Edilberta Huaginoe fazem o possível para manter seus filhos alimentados em acampamentos improvisados em terrenos mais altos.

 

"O arroz, a banana, a mandioca... está tudo no fundo da água. Não conseguimos tirar nada", lamentou. "Vamos dormir aqui até a água baixar." Com informações G1.




Diário do Interior MS
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