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Café em queda: mercado sente efeito das tarifas dos EUA e aumento da oferta no Brasil


Cepea aponta cenário de risco para pequenos produtores, mas robusta nacional ganha competitividade no exterior.
Grãos de café robusta durante o processamento: setor enfrenta queda de preços em meio a incertezas no mercado global. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil Por: Editorial | 09/04/2025 09:37

Os preços do café estão sendo pressionados pela instabilidade provocada pelas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), essas incertezas têm afastado produtores e pequenos comerciantes, que enfrentam mais riscos em um mercado cada vez mais volátil.

Com margens de lucro apertadas e menos acesso a ferramentas de proteção financeira, esses agentes são os mais afetados pela oscilação dos preços. O cenário também influencia o câmbio e contribui para a queda nas cotações do grão nas bolsas internacionais.

Café robusta em queda

Outro fator que pesa no mercado é a proximidade da colheita do café robusta no Brasil, que intensifica a pressão sobre os preços. Apenas nos primeiros sete dias de abril, o Indicador Cepea/Esalq para o robusta tipo 6 (peneira 13 acima), retirado no Espírito Santo, registrou queda de R$ 360,59 por saca de 60 kg — um recuo de 7,7%. A média caiu para R$ 1.586,38/saca, o menor patamar desde 18 de novembro de 2024.

Esse movimento de baixa ocorre em meio à maior oferta do grão no mercado interno, o que naturalmente reduz o poder de negociação dos produtores.

Tarifa pode beneficiar o Brasil

Apesar do cenário desafiador, há uma possível vantagem competitiva para o café brasileiro robusta. Com a nova tarifa de exportação dos EUA fixada em 10% para o Brasil — contra 46% para o Vietnã e 32% para a Indonésia — o produto nacional pode ganhar espaço no mercado internacional. Para analistas, essa diferença nas alíquotas tende a favorecer as exportações brasileiras, especialmente em um momento de disputa acirrada por mercados consumidores.

Perspectivas e cautela

Mesmo com a chance de ampliar a presença no exterior, o setor segue atento aos desdobramentos da política comercial norte-americana e aos efeitos do câmbio. A recomendação de especialistas é que produtores e exportadores adotem estratégias de proteção contra volatilidades, como contratos futuros e seguros de preço.

A expectativa é de que o mercado siga instável nas próximas semanas, até que haja maior clareza sobre o impacto real das tarifas na demanda global e nas rotas de exportação. Com informações Canal Rural.




Diário do Interior MS
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