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O presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente da China, Xi Jinping, em imagem de 2019. — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
Por: Editorial | 10/04/2025 10:38
Apesar de se mostrar aberta ao diálogo, a China afirmou nesta quinta-feira (10) que não vai recuar diante da guerra tarifária com os Estados Unidos. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês acusou Washington de sabotar as regras do comércio internacional e garantiu que lutará "até o fim", caso os EUA insistam no confronto.
"Ao usar tarifas como armas para exercer pressão máxima em benefício próprio, os EUA estão se opondo ao resto do mundo", afirmou o ministro. Ele destacou que qualquer negociação precisa ocorrer com respeito mútuo e igualdade de condições. "Pressão, ameaças e chantagem não são a forma correta de lidar com a China."
A Embaixada da China em Washington também reforçou o tom firme, afirmando que Pequim “não recuará” e que o governo de Xi Jinping não teme provocações.
Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na quarta-feira (9) estar confiante em um acordo com a China e elogiou Xi Jinping, a quem chamou de "amigo" e "homem inteligente que ama seu país". Mesmo com o tom amistoso, Trump elevou as tarifas sobre produtos chineses para 125% e suspendeu temporariamente a cobrança de taxas para outros países.
Disputa escalonada
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo vem se intensificando desde que Trump lançou seu "tarifaço", um pacote de taxas sobre importações de dezenas de países. A China retaliou com aumentos equivalentes. O confronto ganhou novos capítulos nesta semana:
As tarifas dos EUA sobre produtos chineses saltaram de 84% para 125%;
A China respondeu elevando as tarifas sobre itens americanos para 84%;
Trump já havia elevado as tarifas para 104% após nova retaliação de Pequim.
Durante um jantar com o Comitê Nacional Republicano, Trump disse que agora pretende "passar a perna" na China, após anos de prejuízos para os EUA. "Eles sempre nos passaram a perna. Vamos agora fazer o mesmo", afirmou.
China reage com dureza
Pequim reagiu às declarações, classificando a postura de Trump como “intimidação” e “atos hegemônicos”. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o país não aceitará esse tipo de abordagem e continuará revidando se necessário.
“A China não quer uma guerra comercial, mas também não ficará de braços cruzados vendo seus direitos serem violados”, declarou um porta-voz.
Mercado em alerta
A escalada da tensão entre EUA e China abalou os mercados globais. As bolsas asiáticas fecharam em queda, com exceção da China, que reagiu com a promessa de retaliação. Na Europa, o cenário também foi de baixa generalizada.
Nos EUA, o índice S&P 500 caiu abaixo dos 5.000 pontos pela primeira vez em quase um ano. O valor de mercado das sete maiores empresas de tecnologia do país caiu US$ 320 bilhões em apenas um dia. Desde janeiro, essas companhias já acumulam perda de US$ 4,55 trilhões.
No Brasil, o Ibovespa encerrou o dia em queda, aos 123.932 pontos. O dólar chegou a bater os R$ 6, mas fechou cotado a R$ 5,9973.Com informações G1.
