Ex-presidente Bolsonaro se recupera em quarto após cirurgia abdominal de 12 horas

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi transferido para um quarto no hospital DF Star, em Brasília, após passar um dia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi divulgada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que também agradeceu aos médicos pela condução da cirurgia de emergência.

"Meu amor já está no quarto... Nossos anjos aqui na Terra (os médicos). Por 12 horas, Deus usou as mãos dessa equipe maravilhosa para cuidar do meu amor. Minha eterna gratidão à essa equipe médica extraordinária, que, com precisão, competência e humanidade, conduziu as 12 horas de cirurgia do nosso capitão", escreveu Michelle nas redes sociais.

Bolsonaro foi submetido no domingo a uma cirurgia de grande porte para tratar uma obstrução intestinal. O procedimento, que durou cerca de 12 horas, teve como objetivo retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. De acordo com o boletim médico, a operação ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue.

O ex-presidente apresentava um quadro de retenção do trânsito intestinal e precisou passar por uma laparotomia exploradora — cirurgia em que o abdômen é aberto para examinar os órgãos internos. Segundo os médicos, a obstrução era causada por uma dobra no intestino delgado, que dificultava o funcionamento do sistema digestivo.

Após a cirurgia, Bolsonaro foi encaminhado para a UTI e agora está clinicamente estável, sem dores, recebendo suporte clínico e nutricional, além de medidas para prevenir infecções.

O problema de saúde do ex-presidente é consequência da facada que sofreu em 2018, durante a campanha presidencial. Desde então, ele já passou por outras internações e cirurgias semelhantes. A mais recente internação ocorreu após ele passar mal na última sexta-feira (11), durante um evento no Rio Grande do Norte. Com fortes dores abdominais, foi atendido inicialmente em Santa Cruz e depois transferido para Natal, até ser levado ao DF Star.

A cirurgia começou por volta das 10h de domingo e terminou por volta das 21h. Inicialmente, Michelle Bolsonaro havia informado que o procedimento terminaria entre 19h e 20h, mas voltou às redes para dizer que a operação duraria mais.

A senadora Damares Alves comentou a gravidade da situação: “Toda cirurgia no intestino é delicada. Não estamos falando de um menino, é uma pessoa que já passou por várias intervenções. A família sempre soube que ele nunca teria uma vida normal depois que tentaram matá-lo”.

Segundo o médico Claudio Birolini, que liderou a cirurgia, o quadro era mais grave do que em ocasiões anteriores. Bolsonaro chegou bastante desidratado, com dores intensas e distensão abdominal acentuada.

Alguns aliados chegaram a sugerir que ele fosse tratado em São Paulo, com a equipe do médico Antonio Luiz Macedo, que o acompanha desde 2018. No entanto, Michelle decidiu mantê-lo em Brasília, sob os cuidados de Birolini, especialista em parede abdominal.

Obstruções intestinais como a de Bolsonaro podem bloquear parcial ou totalmente o funcionamento do sistema digestivo. O ex-presidente já foi hospitalizado pelo mesmo motivo em 2021, 2023 e novamente em maio do ano passado. Com informações O Globo.