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Daniel Noboa acena para seus apoiadores. Foto: Reprodução Joven Pan.
Por: Editorial | 14/04/2025 09:30
O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito no domingo (13) após derrotar a candidata de esquerda Luisa González no segundo turno das eleições presidenciais. Em um cenário de polarização e violência relacionada ao narcotráfico, com 92,6% das urnas apuradas, Noboa obteve 55,7% dos votos, enquanto González recebeu 44,3%, conforme dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Nas ruas, apoiadores de Noboa celebraram o resultado.
González rejeita derrota e fala em fraude eleitoral
"É lamentável que, com 11 ou 12 pontos de diferença, se questione a vontade dos equatorianos", afirmou o presidente de 37 anos em Olón. Já González, de 47 anos, recusou a derrota, alegando que "há uma fraude eleitoral grotesca" e pediu uma recontagem dos votos. Ela, que foi apoiada pelo ex-presidente socialista Rafael Correa, afirmou que "a verdade será revelada".
Clima de festa em Quito após vitória de Noboa
Em Quito, a capital, o clima era de festa. "Estaremos melhor preparados para enfrentar a máfia e tudo de ruim no país", disse Natalie Ulloa, administradora de 26 anos. As eleições ocorreram em um contexto marcado pela violência, com assassinatos diários, e por uma forte polarização, exacerbada pela desinformação. "Essa vitória é histórica… não há dúvidas sobre quem venceu", declarou Noboa, um dos líderes mais jovens do mundo. Cerca de 84% dos 13,7 milhões de eleitores compareceram às urnas, em um país onde o voto é obrigatório.
González acusa manipulação e Atamaint defende a democracia
González, que havia denunciado irregularidades no primeiro turno, acusou o governo de manipulação no segundo turno. A presidente do CNE, Diana Atamaint, repudiou essas acusações, alegando que elas "minam a confiança na democracia".
Rejeição ao legado de Rafael Correa e à Revolução Cidadã
A derrota de Correa e seu partido, a Revolução Cidadã, reflete um forte movimento anticorreísta no país. "Esse é o resultado de um partido que não consegue superar a rejeição popular", analisou Ruth Hidalgo, cientista política.
Estado de exceção e violência marcam o contexto das eleições
Antes da eleição, o governo havia declarado um estado de exceção parcial e imposto um toque de recolher em áreas afetadas pela violência. "É uma violação dos nossos direitos", afirmou González, que sonhava em se tornar a primeira presidente eleita do Equador.
Crise econômica e pressão sobre os eleitores
O país enfrenta uma crise profunda, exacerbada pela guerra entre cartéis de drogas, que resultou em assassinatos e ataques a instituições, como o assassinato de um candidato em 2023. A pobreza, com 28% da população afetada, e o alto índice de desemprego e subemprego também pressionaram os eleitores.
A imagem jovem de Noboa e sua aliança com os EUA
Noboa, que se destaca nas redes sociais por sua imagem jovem e de político implacável, adota uma política econômica neoliberal. Filho de um magnata da banana e natural dos Estados Unidos, ele busca alinhar-se aos interesses norte-americanos, tendo solicitado apoio militar ao ex-presidente Donald Trump e defendido a possibilidade de bases militares estrangeiras no país. No entanto, seu governo também enfrenta críticas por abusos de direitos humanos relacionados às suas operações de segurança, como o assassinato de quatro menores por militares.
Violência e alta taxa de homicídios no Equador
Apesar da queda na taxa de homicídios, que diminuiu de 47 para 38 por 100.000 habitantes em 2024, a violência continua sendo um grande desafio, com o país mantendo o maior índice de homicídios da América Latina, segundo o Insight Crime.
Críticas à gestão de Noboa e expectativas para o futuro
Noboa assumirá o cargo em maio, substituindo Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas para evitar um julgamento por corrupção. "Com Noboa, tudo continua igual, o país segue destruído", criticou Jair Esmeraldas, estudante de 24 anos. Com informações Joven Pan.
