Um julgamento histórico contra a Meta, gigante de mídia social, começa nesta segunda-feira (14/04) nos Estados Unidos.
Acusações da FTC contra a Meta
A Comissão Federal de Comércio (FTC), órgão responsável pela defesa da concorrência e do consumidor nos EUA, acusa a Meta de ter comprado o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014 com o objetivo de eliminar a concorrência e, assim, estabelecer um monopólio. Embora a FTC tenha analisado e aprovado essas aquisições na época, comprometeu-se a monitorar os resultados posteriormente. Se a comissão vencer o caso, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, poderá ser forçado a vender o Instagram e o WhatsApp.
Defesa da Meta no tribunal
A Meta afirmou estar confiante na vitória em tribunal. Especialistas sugerem que a empresa argumentará que a aquisição do Instagram melhorou a experiência dos usuários. Rebecca Haw Allensworth, professora de antitruste na Universidade de Vanderbilt, afirma que o argumento da FTC é de que a compra do Instagram visava neutralizar uma ameaça competitiva ao Facebook. Segundo ela, as palavras de Zuckerberg em e-mails podem servir como provas fortes contra a Meta, especialmente quando ele declarou que “é melhor comprar do que competir”.
Possível argumento da Meta sobre a fusão
A Meta, por sua vez, pode alegar que a intenção de Zuckerberg não é relevante em um caso antitruste, e que a fusão foi benéfica para os consumidores, pois o Instagram se desenvolveu graças à aquisição pelo Facebook. Espera-se que Zuckerberg e a ex-diretora de operações da Meta, Sheryl Sandberg, testemunhem durante o julgamento, que pode durar várias semanas.
Julgamento em meio à política dos EUA
O caso foi aberto durante o primeiro mandato de Donald Trump e pode se tornar politizado em seu segundo mandato. Zuckerberg teria feito lobby pessoalmente com Trump para que a FTC abandonasse o processo. A Meta, ao ser questionada sobre o assunto, evitou confirmar e disse que "os processos da FTC contra a Meta desafiam a realidade".
Tensões nas relações políticas e empresariais
A relação entre Zuckerberg e Trump passou por altos e baixos, especialmente após a proibição de Trump nas plataformas da Meta após o tumulto no Capitólio em 2021. Desde então, houve uma leve melhora no relacionamento, com a Meta fazendo uma contribuição de US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump e anunciando alianças com pessoas próximas a ele.
Demissões e tensão na FTC
Em março, Trump demitiu dois comissários da FTC, o que tem gerado tensões, pois a comissão agora conta com uma maioria republicana. A demissão foi vista como uma tentativa de intimidar os comissários restantes, que expressaram preocupação com os esforços de lobby de Zuckerberg.
O papel da FTC e outros casos antitruste
A FTC, um importante órgão de fiscalização antitruste, não respondeu ao pedido de comentário da BBC. Em meio a esse caso, outro grande processo antitruste contra o Google também está em andamento.
Desafios para a FTC no caso contra a Meta
Especialistas apontam que o caso contra a Meta será mais difícil de vencer, pois, ao contrário do Google, que domina as buscas online, o mercado de redes sociais tem mais concorrência. A Meta, em comunicado, afirmou que as evidências no julgamento demonstrarão que Instagram, Facebook e WhatsApp competem com plataformas como TikTok, YouTube e iMessage, entre outras. Com informações G1.