Lula critica guerras comerciais e conflitos armados em discurso na China

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou nesta terça-feira (13), durante agenda oficial em Pequim, a importância da parceria entre Brasil e China em um cenário global marcado por instabilidade. Em discurso ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, Lula criticou as guerras comerciais e reiterou seu posicionamento contrário aos conflitos armados em curso na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

“Guerras comerciais não têm vencedores. Elas prejudicam as economias e ampliam a desigualdade global. Junto com o presidente Xi, defendemos um comércio baseado nas regras da OMC, que seja justo e multilateral”, declarou o presidente brasileiro.

A fala ocorre em meio à trégua temporária entre Estados Unidos e China na disputa por tarifas e ao esforço do Brasil para negociar a retirada de sobretaxas aplicadas às exportações nacionais, principalmente de aço e alumínio.

Lula também destacou que “apesar dos mais de 15 mil quilômetros que separam os dois países, Brasil e China nunca estiveram tão próximos” e classificou a relação bilateral como estratégica. Esta foi a terceira reunião entre os líderes desde o início do atual mandato do presidente brasileiro, e a segunda realizada em solo chinês.

Além das declarações políticas, o encontro resultou na assinatura de 20 acordos e na confirmação de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil. Os aportes incluem áreas como agroindústria, energia renovável, mobilidade, tecnologia e alimentos.

Entre os destaques, estão R$ 6 bilhões da montadora GAC para expansão no Brasil; R$ 5 bilhões da plataforma Meituan, que pretende lançar o app Keeta no país; e R$ 3 bilhões da estatal CGN para construção de um hub de energia renovável no Piauí.

Lula também voltou a condenar as guerras na Ucrânia e em Gaza. “A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. E não haverá paz duradoura sem o reconhecimento de um Estado palestino viável ao lado de Israel”, afirmou. Ele também reforçou que uma reforma na ONU é essencial para garantir que a organização cumpra os ideais de paz e direitos humanos.

A viagem presidencial, que também passou pela Rússia, contou com a presença de 11 ministros, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e de cerca de 200 empresários brasileiros. O objetivo central da missão é estreitar laços econômicos e diplomáticos com o principal parceiro comercial do Brasil.

A ApexBrasil, responsável pela promoção de exportações, identificou cerca de 400 oportunidades para ampliar negócios com a China, principalmente no setor agropecuário. Um novo escritório em Pequim será inaugurado para facilitar a exportação de carnes brasileiras ao mercado chinês. Com informações: G1.