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Apelo, milhões e CPI: depoimento de Virginia Fonseca expõe bastidores do mercado de apostas online


Durante oitiva no Senado, influencer ouve pedido inusitado de senador e responde sobre contratos milionários com plataformas investigadas pela CPI das Apostas.
Virginia Fonseca durante depoimento na CPI das Apostas, no Senado Federal; influenciadora foi convocada por contratos com empresas investigadas por prejuízo a usuários. Foto: Reprodução TV Senado. Por: Editorial | 13/05/2025 15:41

A influenciadora digital Virginia Fonseca foi ouvida nesta terça-feira (13) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no mercado de apostas esportivas online. O depoimento, realizado no Senado Federal, ganhou tons emocionais com um apelo inesperado do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), que pediu para enviar um abraço à esposa em plena sessão oficial.

"Estou aqui para sensibilizar, tocar o seu coração, para que faça propaganda contra esses tipos de jogos", declarou o parlamentar, ao tentar alertar Virginia sobre os efeitos sociais das apostas. O senador finalizou sua fala com um pedido informal: "Inclusive, vou terminar aqui, pode mandar um abraço para a minha esposa?"

Virginia foi convocada após vir à tona sua atuação como garota-propaganda de duas das principais plataformas de apostas digitais no Brasil: Esportes da Sorte e Blaze. Segundo apuração da revista Piauí, ela teria recebido R$ 50 milhões de adiantamento para promover a primeira, além de um novo contrato anual de R$ 29 milhões com a segunda. Ambos os acordos estariam atrelados ao prejuízo dos usuários que acessam os sites por meio de seu link — prática que chamou a atenção da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).

A parlamentar justificou o convite à influenciadora afirmando que "os criadores de conteúdo têm papel fundamental na atração de jogadores", especialmente os jovens. Um dos pontos mais sensíveis da investigação é o modelo de remuneração dos influenciadores, que, conforme a reportagem que impulsionou a convocação, recebem um percentual baseado nas perdas dos usuários — o chamado "cachê da desgraça alheia".

De acordo com os dados apresentados, apenas uma publicação nos stories de Virginia atraiu cerca de 120 mil novos usuários para uma das plataformas. Após romper com a Esportes da Sorte, ela migrou para a Blaze, mantendo o mesmo tipo de contrato, com comissões vinculadas ao volume de perdas dos apostadores.

A CPI das Apostas continua suas investigações para entender o impacto social e econômico do mercado de apostas digitais, com foco em possíveis práticas de aliciamento, lavagem de dinheiro e danos financeiros a usuários. O depoimento de Virginia Fonseca reforça o papel central que influenciadores exercem nesse modelo de negócio. Com informações: Ofuxico.




Diário do Interior MS
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