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Tadalafila tem alta de quase 2.000% no Brasil, mas eficácia para atividades físicas não é comprovada


Medicamento, indicado para disfunção erétil e hipertensão pulmonar, ganha popularidade como “pré-treino” nas redes sociais, mas especialistas alertam para riscos do uso inadequado.
Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Luiz Otávio Torres alerta para os riscos do uso indiscriminado de tadalafila, especialmente para fins não indicados pela medicina. Foto: Pixabay. Por: Editorial | 17/05/2025 08:46

Dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostram que, entre 2015 e 2024, o consumo de tadalafila no Brasil aumentou em quase 2.000%, passando de 3,2 milhões para mais de 64,7 milhões de unidades vendidas. O crescimento expressivo está ligado não apenas ao tratamento da disfunção erétil, mas também à popularidade do medicamento nas redes sociais como um suposto estimulante para a prática de exercícios físicos.

Segundo Luiz Otávio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o uso da tadalafila é amplamente indicado para homens com disfunção erétil, assim como para o tratamento de hipertensão pulmonar grave. “Para todas essas indicações existem estudos que comprovam a eficácia e segurança dos medicamentos”, afirma o especialista.

No entanto, a recente popularização da tadalafila como “pré-treino” não tem respaldo científico. Torres alerta que não há evidências que comprovem benefício do fármaco para melhora no desempenho físico. Além disso, a Anvisa proibiu na última quarta-feira (14) a venda de versões do medicamento em balinhas — as chamadas gummies — devido à falta de fiscalização farmacológica adequada, o que coloca em risco a dosagem do princípio ativo.

O urologista destaca ainda que o consumo excessivo de tadalafila, assim como o de sildenafil (Viagra), pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares. A dose máxima recomendada é de 20 mg por dia, e o uso indiscriminado pode trazer complicações, principalmente para pessoas com pressão arterial baixa ou que fazem uso de nitratos.

Torres observa que o uso indevido do medicamento, estimulado pelo preço acessível, venda sem prescrição e divulgação nas redes sociais, é um fenômeno semelhante ao que aconteceu com o sildenafil na década de 2000. Na época, a SBU já havia alertado que não havia estudos que comprovassem melhora na performance física com o uso do medicamento.

Além das indicações médicas, tadalafila e sildenafil não podem ser usados simultaneamente devido ao risco de queda da pressão arterial. A principal diferença entre eles está na duração do efeito: enquanto o Viagra atua por algumas horas, a tadalafila pode durar até 24 horas no organismo.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão dor de cabeça, congestão nasal, vermelhidão no rosto e dores musculares, sintomas considerados leves, mas que podem incomodar o paciente. Para o uso seguro, a orientação é que o medicamento seja sempre indicado por um profissional da saúde. Com informações: BataNews.




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