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Tecnologia em saúde bucal acelera diagnóstico e tratamento de câncer em MS


Com apoio da teleconsultoria, SES já identificou 181 casos suspeitos e agilizou 124 atendimentos especializados; municípios com menos acesso a especialistas são os mais beneficiados.
Cirurgiã-dentista Hazelelponi Leite, que identificou o primeiro caso suspeito por teleconsultoria em Jaraguari, destaca agilidade no diagnóstico com apoio remoto. Foto:MS.Gov. Por: Editorial | 21/05/2025 15:11

O uso da teleconsultoria em saúde bucal, implementado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), está promovendo avanços significativos na identificação precoce de alterações orais em Mato Grosso do Sul. Desde que passou a ser utilizada na rede pública, a plataforma já contribuiu com a identificação de 181 casos com suspeitas de lesões na mucosa oral e viabilizou 124 orientações especializadas à distância, encurtando o caminho entre o diagnóstico e o início do tratamento.

O sistema, disponibilizado aos profissionais das unidades de APS (Atenção Primária à Saúde), tem se mostrado fundamental especialmente em municípios com menor estrutura e acesso limitado a especialistas. Um dos casos que evidencia a eficácia da tecnologia aconteceu em Jaraguari. A cirurgiã-dentista Hazelelponi Querã Naumann Cerqueira Leite relembra que atendeu um paciente inicialmente para uma avaliação odontológica de rotina. Após ausência para exames, ele retornou meses depois com dores e caroços no rosto.

Foto: Divulgação/MS.Gov.

"Quando o avaliei na emergência, percebi que não se tratava de um problema dental comum. Os nódulos e o comprometimento dos linfonodos levantaram suspeitas imediatas. Registramos o caso na plataforma, com fotos e histórico completo. A partir daí, os especialistas da teleconsultoria confirmaram a suspeita de carcinoma”, relata.

Com as orientações recebidas, a dentista realizou a biópsia e enviou o material à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Em até dez dias, o diagnóstico de carcinoma espinocelular foi confirmado, permitindo o encaminhamento imediato do paciente para tratamento oncológico.

O sistema contribui diretamente para o cumprimento da Lei 12.732/2012 — a chamada Lei dos 60 Dias — que assegura início do tratamento oncológico no SUS em até dois meses após o diagnóstico. Com o suporte remoto, profissionais da saúde bucal conseguem inserir casos diretamente na regulação para oncologia, otimizando ainda mais o processo.

A plataforma foi desenvolvida pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e adaptada à realidade sul-mato-grossense, com apoio técnico da SES. O levantamento de dados mostra que 24,8% das lesões relatadas afetam o palato, e hábitos como tabagismo (presente em 19,6% dos pacientes) e etilismo (3,8%) aparecem como fatores de risco no perfil dos casos acompanhados.

Para a coordenadora de Saúde Bucal da SES, Giovana Buzinaro, a iniciativa também cumpre papel de capacitação permanente dos profissionais da Atenção Primária. “Essa ferramenta não só agiliza diagnósticos, mas também qualifica o atendimento e contribui para um cuidado mais eficiente em todo o estado”, avalia.

Com mais profissionais cadastrados desde abril, a expectativa é de que a cobertura aumente e mais pacientes se beneficiem da tecnologia. A experiência mostra que inovação aliada à organização da rede pública pode salvar vidas e garantir acesso mais igualitário ao tratamento especializado. Com informação: MS.Gov.




Diário do Interior MS
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