O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (23) a revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de fundos de investimento nacionais no exterior, medida que havia sido divulgada na véspera. O recuo ocorreu ainda na noite de quinta-feira, após repercussão negativa no mercado financeiro e rumores sobre possível controle de capitais.
“Entendemos que, pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item, para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da Fazenda nem do governo, de inibir investimento fora. Não tinha nada a ver com isso”, declarou Haddad, em entrevista coletiva.
Segundo o ministro, a decisão de rever o aumento partiu dele mesmo por volta das 20h de quinta-feira e foi imediatamente comunicada à Casa Civil, o que motivou uma reunião emergencial do governo. A principal preocupação foi o impacto da medida na confiança dos investidores e do mercado.
Durante a entrevista, Haddad destacou que o impacto financeiro da revogação é pequeno: menos de R$ 2 bilhões frente ao pacote fiscal de R$ 54 bilhões anunciado na quinta-feira. Ele também afirmou que o governo trabalha na elaboração de uma nova medida para compensar essa perda e que detalhes devem ser divulgados ao longo da próxima semana.
“Podemos ter que fazer um ajuste, ampliar o condicionamento ou adotar alguma outra medida compensatória”, explicou o ministro.
A economista e comentarista Míriam Leitão avaliou que o recuo do governo foi uma resposta direta à repercussão e aos boatos sobre controle de capital, que poderiam prejudicar a imagem do país entre investidores estrangeiros. Com informações: Agência Brasil.