LONDRES, 30 de maio (Reuters) – Os preços do petróleo registraram leve alta nesta sexta-feira (30), mas seguem a caminho de encerrar a semana em queda pela segunda vez consecutiva, pressionados pela expectativa de novo aumento na produção do grupo OPEP+ e pelas incertezas em torno das tarifas norte-americanas restabelecidas por decisão judicial.
Às 09h49 GMT, o petróleo Brent subia 23 centavos (0,36%), sendo negociado a US$ 64,38 por barril. Já o contrato do West Texas Intermediate (WTI), dos Estados Unidos, avançava 32 centavos (0,53%), para US$ 61,26. O contrato de julho do Brent vence nesta sexta-feira, enquanto o contrato de agosto — mais líquido — era negociado a US$ 63,65, com alta de 30 centavos.
Apesar do desempenho positivo no dia, ambos os contratos acumulam queda semanal de cerca de 0,5%. O movimento de baixa reflete o posicionamento dos investidores diante da possível decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) de ampliar novamente sua produção. O grupo deve se reunir no sábado (31) com oito de seus membros.
“O cenário está pronto para outro aumento expressivo na produção”, afirmou Robert Rennie, chefe de commodities e pesquisa de carbono do Westpac. Segundo ele, o novo incremento pode superar os 411 mil barris por dia acordados nas duas últimas reuniões do grupo.
O Commerzbank destacou que os preços começaram a ceder após sinais de que delegados da OPEP+ consideram apoiar um novo aumento significativo. “Por isso, o anúncio oficial deve ter pouco impacto no mercado”, avaliou o banco em nota.
Outro fator de instabilidade é a situação comercial nos Estados Unidos. As tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump foram temporariamente restabelecidas por uma decisão de um tribunal federal de apelações, revertendo uma decisão anterior que havia suspendido a medida. A indefinição sobre o futuro das tarifas tem provocado volatilidade no mercado de petróleo.
Na quinta-feira, os preços chegaram a cair mais de 1% com a decisão judicial, e analistas alertam que a incerteza deve persistir enquanto as disputas legais seguem nos tribunais.
Desde o anúncio das chamadas tarifas do “Dia da Libertação”, em 2 de abril, os preços do petróleo já recuaram mais de 10%, refletindo a combinação de fatores geopolíticos, comerciais e de oferta global. Com informações: Notícias Agricolas.