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BR-163 volta a ser a “rodovia da morte” com aumento de mortes em Mato Grosso do Sul


Trecho sul-mato-grossense concentrou quase um terço das mortes registradas em toda a extensão da BR-163 em 2024; novo contrato prevê investimentos a partir de agosto.
Trecho da BR-163 em MS, onde a falta de investimentos tem elevado o número de acidentes fatais nos últimos anos. Foto: Divulgação. Por: Editorial | 12/06/2025 08:31

Após anos de redução nos acidentes graças aos investimentos da iniciativa privada, a BR-163 voltou a registrar números alarmantes de mortes em Mato Grosso do Sul. Em 2024, foram 74 vítimas fatais no trecho de 845,9 km que corta o Estado, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O número representa um aumento de 15,6% em relação a 2023, quando 64 pessoas morreram na via.

Essa é a pior marca desde 2017, ano em que a concessionária CCR MSVia, hoje chamada Motiva, paralisou os novos investimentos por alegar desequilíbrio no contrato de concessão assinado em 2014. Desde então, a empresa mantém apenas ações pontuais, como tapa-buracos, sustentadas por aditivos com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Entre 2018 e 2020, os números de mortes voltaram a crescer, saltando de 38 para 51, tendência que se intensificou com a estagnação das obras. Em contraste, no primeiro semestre de 2014 — antes das duplicações iniciais — já haviam sido registradas 64 mortes.

Atualmente, a rodovia conta com pouco mais de 150 km duplicados, o mínimo exigido para a cobrança de pedágio. Com a assinatura prevista de um novo contrato no dia 1º de agosto, a expectativa é de que os investimentos retornem. Estão previstos R$ 16,5 bilhões ao longo de 29 anos, com 203 km de duplicação e 150 km de faixas adicionais no trecho sul-mato-grossense.

A gravidade da situação é reforçada pelo ranking nacional. Conforme o Anuário da PRF, a BR-163 foi a quarta rodovia federal com mais mortes no país em 2024 — 240 no total. O trecho de Mato Grosso do Sul, apesar de representar apenas 18,8% da extensão da BR-163, concentrou 30,8% dos óbitos.

Especialistas e autoridades esperam que os novos aportes tragam de volta a redução nas tragédias registradas na via, como ocorreu nos primeiros anos da concessão, afastando novamente o estigma de "rodovia da morte".Com informações: Correio do Estado.

 

 



Diário do Interior MS
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