Foi inaugurada nesta terça-feira (11), em Campo Grande, a sala de situação da UNIGEO (Unidade de Geoprocessamento), no Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). A estrutura representa um marco inédito no país em termos de monitoramento ambiental, com capacidade automatizada para identificar desmatamentos e queimadas em todo o território sul-mato-grossense, que abrange mais de 357 mil quilômetros quadrados.
A nova sala de situação é uma ferramenta estratégica que combina tecnologia de alta precisão com imagens de satélite e inteligência artificial. Desde que começou a operar, em 2023, o sistema já emitiu mais de 10,6 mil alertas automáticos de desmatamento, cruzando esses dados com registros oficiais, como Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais, Cadastro Ambiental Rural e licenças de supressão vegetal.
“Conseguimos monitorar praticamente em tempo real o que ocorre no Estado, diferenciando o desmatamento legal do ilegal e acompanhando se o produtor segue os prazos e exigências da licença concedida”, explicou Jaime Verruck, secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
A precisão do sistema, que opera com imagens de até um metro de resolução, permite identificar com clareza alterações na vegetação, além de possibilitar o embargo automático de áreas sem licenciamento. O monitoramento cobre ainda áreas de cultivo como cana-de-açúcar, unidades de conservação, terras indígenas e pontos de calor, com comunicação direta ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar Ambiental via SICOE.
Com investimento de cerca de R$ 1,5 milhão, a estrutura conta com videowall de alta definição e estações de trabalho com alto desempenho, reduzindo em 72% a carga de trabalho manual dos técnicos. Isso permite que as equipes se concentrem em ações mais estratégicas, como vistorias em campo e suporte a operações.
Para o diretor-presidente do Imasul, André Borges, a sala representa uma virada de chave. “É mais que uma estrutura física — é o símbolo de um novo modelo de governança ambiental, com dados rastreáveis, atuação mais ágil e foco em resultados”, afirmou.
Além da estrutura física, o Imasul planeja ampliar a atuação da UNIGEO com drones, viaturas e novos pacotes de imagens para áreas remotas. O sistema também começou a incorporar mecanismos de inteligência artificial, capazes de identificar padrões, acelerar respostas e priorizar ações em áreas críticas.
Com a UNIGEO, Mato Grosso do Sul se consolida como modelo nacional em monitoramento digital do meio ambiente e reforça seu compromisso com a sustentabilidade, o combate ao desmatamento ilegal e a mitigação das mudanças climáticas.Com informações: Agência de Notícias