Pelo menos 50 palestinos foram mortos nesta segunda-feira (16) em ações militares de Israel na Faixa de Gaza, segundo autoridades de saúde do território controlado pelo Hamas. Desses, 23 teriam morrido em meio a um tiroteio nas proximidades de um centro de distribuição de ajuda humanitária operado pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), organização apoiada por Israel e pelos Estados Unidos.
O episódio, ocorrido em Rafah, no sul do território, deixou ainda cerca de 200 feridos. A GHF é atualmente a única entidade autorizada por Israel a distribuir ajuda em Gaza, mas seu trabalho tem sido alvo de severas críticas da ONU. Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, descreveu os pontos da organização como parte de um “sistema de distribuição letal”.
Desde a entrada em operação do novo modelo de entrega humanitária, centenas de palestinos já foram mortos em confrontos próximos aos centros da GHF. Só nesta semana, os ataques deixaram ao menos 28 mortos nessas áreas — cinco deles no domingo (15), quando multidões famintas buscavam comida em regiões central e sul da Faixa.
O restante das mortes registradas nesta segunda ocorreu durante bombardeios na cidade de Khan Younis, também no sul de Gaza.
Israel não comentou os episódios mais recentes, mas em ocasiões anteriores atribuiu a violência a provocações do Hamas. A GHF, por sua vez, afirmou que já distribuiu mais de 3 milhões de refeições “sem incidentes”.
A guerra, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, já dura 20 meses e deixou quase 55 mil palestinos mortos, de acordo com dados locais. A crise humanitária se agrava com o bloqueio de ajuda internacional e o colapso de serviços básicos no território.