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Uso de cigarro eletrônico cresce entre adolescentes e preocupa especialistas


Pesquisa da Unifesp revela que 1 em cada 9 adolescentes brasileiros já utilizou o produto, mesmo com proibição em vigor.
Apesar de proibido no Brasil, cigarro eletrônico é facilmente encontrado na internet e atrai principalmente adolescentes. Foto: Divulgação. Por: Editorial | 17/06/2025 15:45

Uma pesquisa divulgada esta semana pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acendeu um alerta sobre o avanço do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens brasileiros. O estudo mostra que um em cada nove adolescentes no país afirma ter utilizado o dispositivo, mesmo com a venda proibida pela legislação vigente.

Os dados fazem parte do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3), que ouviu cerca de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais, entre os anos de 2022 e 2024, em todas as regiões do Brasil. É a primeira vez que o cigarro eletrônico é incluído no levantamento, revelando um cenário preocupante: o número de jovens usuários do dispositivo é cinco vezes maior que o de fumantes de cigarro tradicional.

A coordenadora da pesquisa, Clarice Madruga, professora de psiquiatria da Unifesp, destaca que a facilidade de acesso, principalmente pela internet, é um dos principais fatores para a popularização do produto entre os adolescentes. “Mesmo com a proibição, a compra online é simples e sem controle efetivo, o que amplia perigosamente o alcance desses dispositivos”, afirma.

Segundo Clarice, o cigarro eletrônico carrega riscos à saúde ainda maiores do que o cigarro convencional, devido à elevada concentração de nicotina e outras substâncias tóxicas inaladas. A pesquisadora lamenta que o avanço do uso do dispositivo esteja revertendo os resultados das bem-sucedidas políticas antitabagistas implantadas no Brasil desde os anos 1990.

“A gente teve uma história gigantesca de sucesso com a redução do tabagismo. Mas esse novo desafio quebrou completamente essa trajetória. Hoje temos um índice de consumo muito alto entre adolescentes, que está sendo negligenciado”, alerta.

A pesquisa ofereceu aos participantes a possibilidade de encaminhamento para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp. A instituição reforça a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes e voltadas para essa nova realidade do consumo de nicotina no Brasil.Com informações: Agência Brasil.

 

 

 




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