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Brasil é reconhecido como território livre de febre aftosa sem vacinação


Certificação amplia mercado internacional e facilita trânsito de animais em todo o país; Paraná se consolida como referência nacional em sanidade animal.
Gado em área de pastagem no Paraná: fim da vacinação contra a febre aftosa marca nova era para o setor agropecuário brasileiro – Foto: José Fernando Ogura/AEN. Por: Editorial | 18/06/2025 07:14

O Brasil foi oficialmente reconhecido como território livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação foi concedida durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em maio, na França, e anunciada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Com a medida, o trânsito de animais suscetíveis à doença — bovinos, bubalinos, suínos, caprinos e ovinos — está autorizado em todo o território nacional a partir desta segunda-feira (16). Para circular, os rebanhos devem estar acompanhados de documentos sanitários que comprovem sua condição de saúde, como a Guia de Trânsito Animal (GTA).

O Paraná, que já havia recebido o status em 2019, foi um dos estados beneficiados pela unificação do reconhecimento sanitário nacional. De acordo com Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, isso facilita a entrada de animais oriundos de estados que também foram certificados recentemente, como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Antes, havia uma diferença de status e esses animais não podiam entrar no Paraná. Agora, todos têm as mesmas exigências”, explica.

Segundo Maira Polatti Tomaz Sypniewski, da Divisão de Controle da Rastreabilidade Animal da Adapar, mesmo com o novo cenário, os cuidados permanecem. “O trânsito continua sujeito à apresentação da GTA e de documentos sanitários conforme as legislações vigentes”, reforça.

Além da ampliação do mercado interno, a certificação representa um avanço nas negociações internacionais. Países asiáticos como Japão e Coreia do Sul, que exigem status livre de febre aftosa sem vacinação, passam a ser potenciais compradores de proteína animal brasileira. Um exemplo é o Chile, que autorizou recentemente a importação de proteína suína do Paraná, o segundo maior produtor nacional da carne.

Outro impacto direto é a economia com a vacinação. O Mapa estima que cerca de 244 milhões de animais não precisarão mais ser imunizados, o que representa uma economia de aproximadamente R$ 500 milhões para os produtores.

Com a certificação, aumenta também a responsabilidade dos órgãos de defesa agropecuária, que deverão manter a vigilância ativa, atualizar periodicamente os dados dos rebanhos e reforçar a fiscalização em barreiras sanitárias. A Adapar, criada em 2011, desempenhou papel fundamental nesse processo, fortalecendo a estrutura de fiscalização e promovendo inquéritos epidemiológicos que comprovaram a erradicação do vírus no estado.

A conquista do novo status sanitário é reflexo de anos de esforço conjunto entre produtores, governo estadual, federal e instituições internacionais, colocando o Brasil em um novo patamar na produção agropecuária global. Com informações: Agência Estadual de Notícias do Paraná.




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