Uma cadeira de salão, um gesto de carinho e uma escuta atenta. Foi com essa simplicidade e força que a Ação da Beleza para Pessoas Egressas do Sistema Prisional e seus familiares promoveu um momento de cuidado, autoestima e esperança. A iniciativa é da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), por meio do Escritório Social, em parceria com a Raesp (Rede de Atenção à Pessoa Egressa) e o Studio 482, salão localizado no bairro Parati, em Campo Grande.
No espaço transformado em ponto de acolhimento, as proprietárias do salão reservaram um dia para oferecer, de forma voluntária, serviços de manicure e cabeleireiro. Mas o gesto foi além do embelezamento: foi uma oportunidade de escuta, acolhimento e apoio a quem, muitas vezes, enfrenta estigmas e barreiras sociais após o cárcere.
“É uma maneira de envolver a sociedade no processo de reintegração social das pessoas egressas. A sociedade precisa entender que também faz parte disso, acolhendo e ajudando como puder”, destacou a diretora do Escritório Social, que acompanhou de perto a ação.
Durante os atendimentos, o ambiente era preenchido por conversas, trocas e desabafos. “Nosso objetivo é oferecer mais do que um serviço estético. Quando a pessoa está ali na cadeira, ela fala, desabafa. A gente escuta, aconselha. É um momento de empatia”, contou uma das cabeleireiras envolvidas.
Outra profissional reforçou a importância do contato humano: “Às vezes, uma conversa já muda o dia da pessoa. Queremos contribuir para que essas pessoas e seus familiares se sintam valorizados e motivados”.
Uma das participantes da ação afirmou ter saído com o coração leve. “Me senti maravilhosa, segura, com a autoestima lá em cima. Pronta para enfrentar a vida”, declarou, emocionada.
A frase estampada na parede do salão — “Você é do tamanho dos seus sonhos” — expressa bem o espírito da ação, que deve se expandir nos próximos meses. A Agepen planeja levar atividades semelhantes para dentro das unidades prisionais da capital, com foco em públicos específicos, como o LGBTQIA+ e os regimes semiaberto e fechado.
“As profissionais do salão já se colocaram à disposição para levar esse cuidado também às internas. Quando o acolhimento vem da sociedade, a reintegração se torna possível e real”, concluiu a diretora da iniciativa.Com informações: Agência de Notícias.