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Ataques dos EUA ao Irã aumentam tensão global e pressionam agro no Brasil


Com risco de fechamento do Estreito de Ormuz, alerta recai sobre o fornecimento de petróleo e fertilizantes; agro brasileiro já enfrentava gargalos logísticos antes do conflito.
Estreito de Ormuz: rota estratégica concentra 30% do petróleo global e é vital para o transporte de fertilizantes usados na agricultura mundial. Foto: Divulgação. Por: Editorial | 23/06/2025 09:16

O fim de semana marcou uma nova escalada no conflito no Oriente Médio, após os Estados Unidos, com apoio de Israel, realizarem ataques a instalações nucleares no Irã. Como resposta, o parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz — ponto estratégico por onde passa cerca de 30% do petróleo mundial e uma fração importante dos fertilizantes utilizados na produção agrícola global.

Apesar do agravamento geopolítico, os mercados ainda não precificaram totalmente os riscos. Às 9h06 desta segunda-feira (23), o barril de petróleo subia apenas 0,73%, indicando cautela diante de um cenário incerto. “Se o estreito tivesse sido efetivamente fechado, essa alta seria muito mais intensa. Embora a autorização exista, trata-se de uma medida extrema que pode ampliar o conflito para outros países do Golfo”, ponderou o economista André Perfeito.

A tensão, no entanto, já impacta economias mais expostas. “A Europa é a grande perdedora dessa nova fase, com as bolsas da região em queda mais acentuada que em outros mercados. Sem o gás russo e agora sob ameaça no fornecimento árabe, o risco energético se intensifica”, completou o especialista.

Agro em alerta

O agronegócio brasileiro observa o cenário com preocupação. Mesmo antes da escalada militar, gargalos logísticos já estavam presentes e a possível interrupção na navegação por Ormuz eleva o risco para cadeias essenciais como a de fertilizantes.

Segundo a consultoria Markestrat, o setor já enfrentava uma série de desafios, entre eles:

  • Antecipação das importações para o pré-safra de 2025;

  • Aumento dos fretes marítimos ao longo de junho;

  • Proximidade do Peak Season, quando ocorre o maior volume de embarques no segundo semestre;

  • Relevância crescente da Índia na produção de agroquímicos.

“O ataque do dia 21 de junho não inaugura uma crise logística, mas agrava uma que já estava em andamento”, afirmam os especialistas da Markestrat. O Brasil, maior importador global de fertilizantes, é especialmente vulnerável a qualquer interrupção na rota marítima.

Em meio à tensão geopolítica, o setor produtivo segue atento aos desdobramentos e possíveis impactos nas próximas safras, com foco em garantir abastecimento e segurança alimentar.Com informações: Agro Estadão.




Diário do Interior MS
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