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ONS alerta para risco de apagões no Brasil e sugere volta do horário de verão


Mesmo com crescimento das fontes renováveis, país enfrenta ameaça de déficit de potência a partir de 2025; ONS cobra leilões urgentes e aponta necessidade de medidas emergenciais.
Segundo o ONS, ausência de novos leilões pode comprometer a confiabilidade do sistema elétrico já em 2025, com risco crescente até 2029 (Imagem ilustrativa/freepik). Por: Editorial | 09/07/2025 22:11

Nos próximos anos, os brasileiros podem se deparar novamente com o velho inimigo da rotina: os apagões. Apesar de o país viver um momento de expansão das fontes renováveis, como a solar e a eólica, o fornecimento de energia elétrica corre sérios riscos nos horários de maior consumo. A preocupação é tanta que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) defende o retorno do horário de verão como medida paliativa para evitar falhas no fornecimento.

O alerta consta no Plano da Operação Energética (PEN) 2025, publicado nesta terça-feira (8). De acordo com o documento, sem a realização de novos leilões para contratação de potência — especialmente a de termelétricas e hidrelétricas — o Brasil pode enfrentar dificuldades de abastecimento no fim da tarde e início da noite, principalmente a partir de outubro de 2025.

O cenário é agravado pela alta participação das fontes intermitentes, como a energia solar e a eólica, que não conseguem manter uma geração contínua de eletricidade nos momentos de maior demanda, como o período noturno. “Observa-se, em todo o horizonte, necessidade de elevado despacho térmico adicional ao previsto para atendimento energético”, destaca o ONS.

Além disso, o plano projeta que, até 2029, o país terá um crescimento de 36 gigawatts na capacidade instalada, chegando a 268 GW. A energia solar deve se tornar a segunda principal fonte da matriz elétrica nacional, com 32,9% de participação. Mesmo com esse avanço, o risco de déficit de potência já aparece em 2025 e se intensifica entre 2026 e 2029, com períodos críticos de violação do nível de confiabilidade do sistema.

Riscos por período:

  • Agosto a dezembro de 2026

  • Agosto de 2027 a abril de 2028

  • Julho de 2028 a dezembro de 2029

O problema se agrava ainda mais com o cancelamento do leilão de reserva de potência que ocorreria em 2023. Previsto para agosto daquele ano, o certame foi suspenso após judicializações e revogação das regras pelo Ministério de Minas e Energia em 2024. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirma que está pronta para retomar o processo, desde que uma nova portaria ministerial seja publicada.

Outro fator de pressão sobre o sistema elétrico brasileiro é a chegada de cargas especiais, como datacenters e projetos de produção de hidrogênio verde. Essas estruturas têm alto consumo e pouca flexibilidade, o que exige uma resposta energética robusta e imediata, principalmente durante a noite.

O ONS alerta que essas novas demandas exigem um planejamento dedicado. “Atenção especial deve ser dada no atendimento dessas cargas no período de ponta noturno, momento no qual o sistema já apresenta maior dificuldade de suprimento”, afirma o documento.

Diante de tantos desafios, o país corre contra o tempo para evitar um cenário de colapso energético. A volta do horário de verão, suspenso desde 2019, aparece como uma alternativa emergencial, mas os especialistas reforçam que apenas medidas estruturais e leilões de potência realizados com urgência poderão garantir a segurança energética brasileira nos próximos anos. Redação com informações Agência Brasil.




Diário do Interior MS
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