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Frigoríficos de MS suspendem exportações para os EUA após tarifa de 50% imposta por Trump


Medida adotada pelo presidente norte-americano paralisa negócios com importante mercado e força setor a buscar alternativas como Chile, Egito e consumo interno.
Produção de carne bovina em frigorífico sul-mato-grossense: exportações aos EUA paralisadas após tarifa tornar negócio inviável. Foto: Divulgação. Por: Editorial | 15/07/2025 10:01

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de agosto provocou reações imediatas em Mato Grosso do Sul. Frigoríficos que operam no estado, como JBS, Minerva e Naturafrig, suspenderam as vendas ao mercado norte-americano. A medida foi confirmada pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado (Sicadems).

De acordo com o vice-presidente da entidade, Alberto Sérgio Capuci, as plantas frigoríficas que exportavam carne bovina para os EUA pararam a produção voltada a esse destino. “As exportações foram suspensas de imediato. Agora, será necessário realocar a produção já feita para outros mercados ou retrabalhá-la, pois a tarifa torna o negócio inviável”, afirmou.

O grupo JBS já articula o redirecionamento de 30% da produção para o Chile, outros 30% para o Egito – mercado ainda em desenvolvimento – e o restante para consumo interno e países do Mercosul. A empresa, entretanto, não se manifestou oficialmente até o fechamento desta reportagem.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) revelam que as exportações sul-mato-grossenses para os EUA movimentaram US$ 315 milhões de janeiro a junho de 2025, com destaque para a carne bovina, que cresceu 78% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck, os navios que saírem agora não conseguirão chegar aos EUA antes da nova tarifa entrar em vigor. “No curto prazo, a cadeia produtiva da carne deve ficar retida no mercado interno, o que pode pressionar os preços para baixo”, avaliou.

O governador Eduardo Riedel (PSDB) e o presidente da Federação das Indústrias de MS (Fiems), Sérgio Longen, defenderam soluções diplomáticas. Ambos criticaram a medida de Trump e pediram diálogo no comércio exterior.

Para o economista Daniel Frainer, professor da UEMS, a decisão tem motivações políticas e não econômicas. “Está relacionada a fatores como o processo judicial envolvendo o ex-presidente Bolsonaro. Trump tem um histórico de instabilidade em políticas tarifárias, o que traz incerteza quanto à durabilidade da medida”, apontou.

A imposição da tarifa representa um grande desafio para os frigoríficos de MS. A interrupção das exportações para um mercado estratégico obriga o setor a agir rapidamente para evitar prejuízos maiores. A busca por novos compradores e uma resposta articulada do governo federal serão fundamentais nos próximos meses. Com informações: Estado Diário.




Diário do Interior MS
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