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Atropelamentos de animais silvestres disparam na BR-262: 11 carcaças são encontradas em um único dia


Antas, tamanduás e até um lobinho foram vítimas na rodovia entre Campo Grande e Três Lagoas; avanço do eucalipto e limpeza da vegetação são apontados como causas.
Anta morta às margens da BR-262, em trecho entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara; atropelamentos têm se tornado frequentes após mudanças no ambiente natural. Foto: Reprodução. Por: Editorial | 22/07/2025 16:41

A BR-262, importante ligação entre Campo Grande e Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, se tornou palco de um triste cenário ambiental. Em apenas um dia, foram encontrados 11 animais silvestres mortos por atropelamento, entre eles antas, tamanduás e um lobinho — espécies nativas do Cerrado e do Pantanal.

A maior parte dos corpos foi localizada entre os quilômetros 131 e 132 da rodovia, próximo a Ribas do Rio Pardo. Lúcia, uma moradora da região que fez o trajeto, relatou ter visto três antas, um tamanduá e um lobinho mortos em um único ponto, além de outros animais sem vida espalhados ao longo da estrada.

“Na semana passada, indo para lá no domingo de manhã, vi onze animais mortos. É muito estranho. Em abril, quando fiz esse trajeto, nunca vi tanto bicho assim”, contou.

O caminhoneiro Denilson Peixoto, que percorre diariamente o trecho entre Ribas do Rio Pardo e Água Clara, também testemunha a tragédia ambiental. Ele afirma já ter visto mais de 10 antas mortas nesse pequeno intervalo da rodovia.

“Tem várias antas já em avançado estado de decomposição e outras recém-atropeladas. Reparei que todas estão em áreas onde fizeram limpeza da vegetação às margens da estrada. Parece que nessas áreas elas tentam atravessar para buscar alimento”, relatou.

Especialistas apontam que a limpeza da vegetação nas laterais da BR-262 e a expansão do cultivo de eucalipto estão contribuindo para o aumento desses acidentes. As intervenções reduzem o habitat natural dos animais e dificultam o acesso a fontes de alimentação, forçando-os a cruzar a pista em busca de recursos.

A Polícia Militar Ambiental orienta que, ao se deparar com um animal silvestre ferido ou em risco, a população deve acionar imediatamente a unidade da PMA mais próxima ou outro órgão ambiental. Se o animal estiver morto, recomenda-se que o condutor, caso haja segurança, retire o corpo da pista ou comunique o caso às autoridades para evitar novos acidentes.

A situação expõe a urgência de políticas públicas que conciliem segurança viária e preservação da fauna nativa. Com informações: Campo Grande News.




Diário do Interior MS
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