O setor frigorífico de Mato Grosso do Sul segue no topo do ranking de afastamentos por acidentes de trabalho, segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. Baseado em dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o relatório revela que, somente em 2024, as atividades de abate de bovinos registraram 208 afastamentos, o equivalente a 6,16% do total de casos no estado. O abate de suínos, aves e pequenos animais teve outros 203 afastamentos, representando 6,01%.
As lesões mais comuns entre os trabalhadores da área envolvem os ombros, com 53 casos — 18,7% dos registros. Fraturas nos punhos e mãos aparecem em segundo lugar (25 casos), seguidas por sinovite e tenossinovite (19), lesões no joelho (12) e fraturas no pé.
O cargo de alimentador de linha de produção é o que mais concentra notificações de acidentes no setor, respondendo por 32,6% dos casos. Ainda conforme o levantamento, supermercados e hipermercados (166 afastamentos), transporte rodoviário de carga (153) e administração pública (119) também aparecem entre os segmentos com maiores índices.
Informalidade e riscos invisíveis
A realidade se agrava quando se observa o trabalho informal. Neste domingo (27), Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, o foco estará nos desafios enfrentados por trabalhadores informais, que frequentemente estão à margem das garantias legais de saúde e segurança.
“A informalidade aumenta exponencialmente a frequência e gravidade desses riscos, eis que tais trabalhadores se encontram, em sua grande maioria, invisibilizados, tornando-se visíveis apenas quando buscam o SUS após os acidentes e para tratamento de doenças decorrentes do trabalho”, destaca o superintendente regional do Trabalho em MS, Alexandre Cantero.
O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, por meio do Programa Trabalho Seguro, também chama atenção para o tema. A campanha de 2025 traz o lema: “Informalidade, saúde e segurança no trabalho é um direito de todos”, reforçando a urgência de ampliar a proteção e visibilidade a todos os trabalhadores. Com informações: MS Conecta.