Mercado de Grãos: Soja e Milho em Destaque nas Bolsas Internacionais

O cenário global para os contratos futuros de soja e milho encerrou a semana passada com movimentos de alta nas principais bolsas, impulsionados por uma combinação de fundamentos técnicos e expectativas de demanda. Acompanhe os principais desdobramentos que moldam o comportamento desses importantes commodities agrícolas.

Soja: Óleo como Principal Pilar de Sustentação

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de soja registraram valorização, com o óleo de soja emergindo como o principal motor de sustentação dos preços. As expectativas de ampliação dos mandatos de mistura de biodiesel nos Estados Unidos têm sido um fator crucial para impulsionar a demanda pela oleaginosa no mercado internacional. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA, por exemplo, propôs um aumento nos volumes de mistura de biocombustíveis até 2027. Além disso, estados como Illinois já implementaram um aumento no mandato mínimo de mistura de biodiesel para B17 a partir de abril de 2025.

Contudo, o otimismo em relação ao consumo de óleo de soja contrasta com a pressão sobre os preços do farelo. O aumento da procura por soja para esmagamento, embora benéfico para o grão, tem gerado um excedente de farelo, resultando em uma desvalorização desse subproduto. Adicionalmente, as condições favoráveis das lavouras nos Estados Unidos limitam a continuidade das altas para o grão em Chicago. O plantio da safra 2025/26 de soja nos EUA atingiu 96% da área projetada até 25 de junho de 2025, com 49% das lavouras classificadas em condições boas a excelentes.

No mercado brasileiro, a B3 também refletiu as tendências globais. O contrato setembro/25 da soja, por exemplo, foi cotado a R$ 137,19 por saca em 26 de julho de 2025, de acordo com o CEPEA/Paranaguá, embora tenha apresentado uma leve redução de 1,17% em relação ao dia anterior.

Milho: Recuperação e Fatores Climáticos em Foco

Após semanas de baixa, os contratos futuros de milho retomaram a força na Bolsa de Chicago. O vencimento dezembro/25, por exemplo, registrou uma alta de 3,8% na semana, encerrando a US¢ 427,75 por bushel. Essa recuperação está parcialmente ligada à resolução de questões comerciais com parceiros como a Indonésia e, de forma mais significativa, à previsão de clima mais quente nas principais regiões produtoras dos EUA. Essa projeção climática gera preocupações com a produtividade da safra, o que tende a impulsionar os preços . A área plantada com milho em 2025 nos EUA foi estimada em 95,2 milhões de acres, representando um acréscimo de 5% em relação ao ano anterior .

Na B3, os preços do milho também avançaram, com o contrato setembro/25 fechando cotado a R$ 65,45 por saca, uma alta de 2,4% no período. O mercado continua atento aos desdobramentos climáticos e à evolução da demanda global, fatores que permanecem determinantes para o comportamento das cotações nos próximos dias, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Perspectivas Futuras

O mercado de grãos segue em constante observação, com a política energética americana e as condições climáticas nas principais regiões produtoras desempenhando papéis cruciais. A interligação entre os mercados globais e a sensibilidade a fatores macroeconômicos e climáticos reforçam a volatilidade e a necessidade de acompanhamento contínuo para produtores, investidores e demais agentes do setor. Com informações Agrolink