O clima entre Estados Unidos e Rússia voltou a se agravar nesta segunda-feira (28), após o ex-presidente americano e atual candidato à Casa Branca, Donald Trump, reduzir de 50 para "10 a 12 dias" o prazo dado a Moscou para encerrar a guerra na Ucrânia, sob risco de aplicar tarifas comerciais de 100%. A resposta russa veio horas depois: “Cada novo ultimato é um passo em direção à guerra direta com os Estados Unidos”, afirmou Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança russo e um dos principais aliados de Vladimir Putin.
Em publicação na rede social X, Medvedev ironizou o estilo agressivo de Trump, afirmando que o republicano deveria lembrar que "a Rússia não é Israel, muito menos o Irã". “Não siga o caminho do sonolento Joe [Biden]”, escreveu, referindo-se ao atual presidente americano.
A fala do russo marca mais um degrau na escalada de tensão entre as potências. Desde 14 de julho, Trump tem ameaçado impor duras sanções comerciais à Rússia caso não haja cessar-fogo no conflito que se arrasta há mais de três anos. A redução do prazo, segundo ele, será confirmada oficialmente até terça-feira (29).
Apesar de já estar sob sanções dos EUA desde o início da guerra, a Rússia ainda mantém relações comerciais com o país. Só em 2024, o comércio entre as duas nações movimentou US$ 3,5 bilhões, incluindo fertilizantes, metais e combustível nuclear.
Além das ameaças econômicas, Trump anunciou o envio de novos armamentos às forças ucranianas, incluindo sistemas antimísseis Patriot, considerados o mais avançado sistema de defesa do Ocidente. A medida deve ser feita em cooperação com a Otan e reacende o debate sobre o envolvimento direto das potências no conflito.
O Kremlin, por sua vez, não descartou uma possível reunião entre Trump e Putin em setembro, na China, durante as celebrações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, cresce o temor de que a retórica de ameaças e prazos estreitos eleve o risco de um confronto direto entre Estados Unidos e Rússia. Com informações: G1.